Conversamos com Faouaz Taha, educador físico e vereador a partir de 2017 - Esporte Paulista Conversamos com Faouaz Taha, educador físico e vereador a partir de 2017

Conversamos com Faouaz Taha, educador físico e vereador a partir de 2017

Faouaz Taha, tem 28 anos. Estudou educação física, se formando na ESEF.  É especializado em fisiologista do esporte na Universidade Federal de São Paulo.  Foi estagiário em centros esportivos e depois trabalhou na administração do Ovídeo Bueno. Também fez parte por um período da Secretária de Esportes, onde passou seus conhecimentos na parte de eventos. Em 2012, pela primeira vez saiu candidato a vereador tendo pouco mais de mil votos pelo DEM. Em 2016, lançou sua candidatura para a casa de lei municipal e com 1.568 assumirá uma das cadeiras no próximo dia 1º de janeiro. Um dos seus espelhos é Gustavo Martinelli, vereador mais votados nas duas últimas eleições (em 2016 teve 7.217). Na Câmara Municipal, Faouaz pretende trabalhar para a cidade, mas tem projetos para o esporte da cidade, no qual é um apaixonado. Conheça um pouco deste jovem na entrevista realizada ao jornalista Thiago Batista neste mês de dezembro.

Esporte Jundiaí: Avaliação sobre o esporte de Jundiaí nos últimos anos?
Faouaz  Taha:  Perdeu muita força, atletas reclamando da falta de apoio, e até para local para treinar. Não apenas financeiro, mas faltou ouvir um pouco mais os atletas por parte dos antigos secretários. Ouvi atletas irem embora por causa de um passe. Alguns não queriam nem dinheiro e sim apoio. Nosso esporte perdeu muito. Centros esportivo vi alguns abandonados e não tivemos projetos grande na cidade, com os munícipes participando. Não é apenas competição o esporte, e sim também qualidade de vida, agregar a qualidade do cidadão. A nossa população está vivendo mais, mas não tínhamos planos para os idosos? Não é apenas chegar na 3ª idade e fazer um trabalho. Não vi avanços. Não dá para falar que todo ruim, teve a reforma do centro esportivo na Vila Nambi. Não dá para falar que foi todo ruim, faltou um pouco de cuidados nos projetos na cidade. Mas eu acredito que no esporte, pode abrir muitas portas, não apenas para auto rendimento. É segurança, lazer, cultura. Esporte envolve tudo. Ele é multifacetado e pode fazer link com várias unidades de gestão. Exemplo, quando era administrador do Ovídeo Bueno, fizemos uma atividade super legal, com 15 atrações, envolvendo canil da GM, brinquedos, atividades físicas e esportivos e corte de cabelo.  A população do bairro da Vila Rio Branco é mais velha, e não frequentava o centro esportivo. Depois disso frequentou, mas nos últimos anos acabamos perdendo esse boom. Meu sonho hoje é Jundiaí fosse excelência nesta área. Ser campeão não. A cidade fosse um pulmão, saísse para fazer caminhada por conta própria. A pessoa acordasse cedo e ir ao Bolão. Temos vários centros esportivos, são uma das regiões com mais equipamentos públicos. Espaços temos e precisamos que a população ocupe. Temos parques também maravilhosos e pouco ocupados, até com teatro, como também em centro esportivo, caso do Benedito de Lima, que tem um palco para apresentações culturais. E sou um vereador que não terei bairro, quero estar presente em todos os locais e serei atuante. 

Esporte Jundiaí: Como observa o esporte na escola?
Faouaz: Temos potencial fantástico. Escolas com período integral. Educadores com qualidade e a gente pode ter um link entre Educação e Esporte. Precisamos rever o modelo. Que esporte Jundiaí quer? Esporte de competição? Esporte inclusivo? Esporte para o bem estar da população? Temos o Peama que é fantástico. Hoje é uma diretoria. Mas será que não é hora de ampliar ele e levar a outros bairros? Escola tem que estar linkada. Acontece hoje, o aluno não tem contato com a rua, por causa do computador e da segurança. Antigamente o aluno tinha coordenação motora definida. Se não preparar bem nas escolas, a criança não vai ter preparado para auto rendimento ou competição. Mas a gente tem que saber onde chegar e fazer definido. Hoje não fazemos nada com excelência. Competição por exemplo está lamentável, com times correndo risco de fechar. JHC corre sempre atrás de patrocínio. São João sempre batalha. Paulista meu tio Fauzer está bastante complicado. A gente tem que dar uma repensada onde queremos chegar. O que Jundiaí deseja para o seu esporte. Gostaria também na nossa cidade ocorrem as Olimpíadas Escolares, com as disputas ocorrendo dentro das escolas nas fases iniciais, e a disputa final ocorrendo no Bolão, com transmissão da televisão para que toda a cidade possa acompanhar os futuros jovens talentos da cidade.

Esporte Jundiaí: Porque as empresas não patrocinam as equipes, o esporte no geral?
Faouaz: Talvez não seja atrativo. Estamos numa crise, mas temos um polo industrial fantástico, comércio local forte que sempre patrocinaram. Talvez faltou visibilidade, um projeto coerente da Secretaria. Poderia ter partido da Secretaria, de criar uma diretoria para captar recurso, atuante, indo atrás e lutar.  Porque uma empresa adotar um centro esportivo, tipo Passarela / Romão de Souza, Benedito de Lima / Coca-Cola. Cidade está numa recessão. Temos que repensar modelos, e este pode ser uma saída, com uma relação entre empresas e população via centros esportivos. Eu tenho uma lei de incentivo do esporte e quero trazer para Jundiaí. Fui a Santos, conversei com secretário local, e lá funcionou super bem, oxigenou o esporte santista. E o Luiz Fernando sinalizou que está comigo, e adorou a ideia e ele vai nos apoiar. A lei do incentivo é um caminho para as empresas apoiar nosso esporte e desafogar o esporte de Jundiaí. Não apenas no esporte de competição, mas projetos sociais. Existe ONG's com um trabalho fantástico, que as vezes precisa se manter apenas com dinheiro para transporte e podem ser contempladas com esta lei de incentivo.

Esporte Jundiaí: Esporte, no geral, no país, está muito dependente de verba pública?
Faouaz: Com certeza. Cidades estão em estado caótico, arrecadação caindo. Infelizmente se tiver corte ocorre no esporte. Não digo que é o certo, pois esporte agrega muitas coisas como saúde, educação e cultura. Mas numa crise, o esporte é o primeiro a ter a verba diminuída e passada a saúde para não ter gente morrendo na fila do hospital.

Esporte Jundiaí: Os nossos centros esportivos?
Faouaz: O centro esportivo é o clube do bairro e precisamos trazer a população de volta. Já fui sócio de clubes e está difícil a população ser sócio. Precisamos nos centros esportivos os munícipes praticarem esporte, incentivar a fazer também nos bairros e nas escolas. Estamos perdendo para computador e violência, e precisamos combater isso, vencer esta batalha. Exemplo o futebol americano, trouxemos empresas para ajudar o time da cidade. Eles nunca vieram atrás da gente. A gente procurou eles, pela competência deles. São dedicados, e é um esporte que cresce a cada dia no país. Eles se organizaram, lutam dia e noite por fazer o que amam, não reclamam, correm atrás e são organizados. Eu fui falar com eles pela organização e me espelho neles. Futebol americano é educativo, de muitos atletas, inclusivo, e não há preconceito onde todo mundo pode jogar. Peguei gosto, mesmo sem ser atleta e estou conhecendo as regras por exemplo. Eles venceram e são uma realidade na cidade. Talvez seja o espelho para outras modalidades. E sonho que eles tenham uma casa própria. Gostaria que todos. Não talvez uma casa própria, mas local decente para treinar, como também o Flag, do Luciano, que tem um projeto muito legal em Jundiaí. Será que temos que disputar todos os campeonatos? Não sei. Acredito que não tenha verba para todo mundo. Temos que ver que legado ficará na cidade. Será que não é mais interessante investir em centros esportivos, levar crianças dos bairros aos centros esportivos. Precisamos ver. Esporte de competição não vai acabar, fui atleta de caratê, joguei bola e sou fã do esporte, mas não sei se temos fôlego para agradar todas as modalidades e categorias. Podemos agradar x categorias das modalidades. Talvez começo seja dificil, mas temos que pensar a longo prazo. Se tiver que dar uma passo para trás, seja o caminho, pois a Prefeitura não terá verba para todo mundo.

Esporte Jundiaí: Revitalização dos campos. Existe solução para todo ano acontecer isso em vários centros esportivos da cidade?
Faouaz: O dinheiro gasto nas revitalizações é alto. Talvez a solução seria campos sintéticos. No primeiro momento não deveremos ter verba para isso, mas depois quem sabe. Sintético dura mais, a manutenção é mais barata. Falta também em Jundiaí uma Arena Multi Uso. Hoje é loucura falar, devido à crise, principalmente na saúde. Mas quem sabe uma parceria público privada, pois é necessária uma Arena Multi Uso na cidade.

Esporte Jundiaí: O Faouaz na Câmara Municipal, fora do esporte?
Faouaz: Sou um cara, a mesma pessoa, atendendo a população, que está carente de atenção. Ser presente nos bairros. Não adianta ficar sentando na mesa os quatro anos, quero estar nos bairros e olhar no olho do eleitor e ter confiança em mim e resolver os problemas da cidade. Vereador que quero resolver problema da cidade, que esteja atento e minimizar os problemas de Jundiaí. Vereador aberto e participativo nas comunidades. E trabalhando na Prefeitura sei como é um organograma e foi um ótimo aprendizado.

Esporte Jundiaí: O que é ser vereador?
Faouaz: Função legislativo era um sonho que sempre tive, tem que ser bem executado, fiscalizar e estar perto do prefeito e fazer leis. Talvez ter jogo de cintura. Exemplo: estar alinhado com gestor do esporte, porque com ele, pois vai influenciar diretamente na secretaria, fiscalizar a lei e como deve ser esta lei. E procurar sempre ter um bom dialogo. Vereador tem que estar presente e atuante e o mais sincero possível. E não mudar. Minha família e tradicional na cidade e tenho um nome a zelar, que é bem aceito na cidade. Gostaria de ser mais conhecido, as pessoas ter mais acesso a mim e procurarem e ajudar.

Esporte Jundiaí: Quais os primeiros projetos?
Faouaz: Além da lei de incentivo ao esporte, a lei do rojão anti-estampido, pois começou uma discussão no país do rojão barulhento, algumas cidades já proibiram, pois rojão que tem som forte é prejudicial a animais, crianças, recém-nascidos e idosos. E quero discutir com ela desde inicio. Ideia é proibir o rojão com estampido. Regulamentar é difícil. Conversar com médicos, psicólogos, psiquiatras e veterinários. Pode ter rojão visual, mas o rojão com barulhos deveria proibir. Igrejas podem ser contra, por soltarem, mas não é legal, traz mais prejuízos que bônus. Ontem recebi uma foto numa rede social de um cachorro fora de casa, perdido, deu cabeçada no vidro e se cortou todo. Na ESEF, em uma aula de tênis, soltaram rojões. Alunos eram do Peama e eles sofreram muito. É um tema que pode ser tabu, mas tem que ter o debate. Outros projetos é pensar na volta dos Anjos da Guarda na cidade. Quero que vire lei. Hoje é projeto político. Uma gestão entra coloca, e outra tira. Gostaria que fosse lei, como o canil que é lei. Anjos da Guarda tem que ser um patrimônio da cidade.

Esporte Jundiaí: Como se enxerga em 2020?
Faouaz: Olhar para trás e deixei um legado na cidade, consegui realizar os projetos e transformar a vida das pessoas. A minha atuação daqui 4 anos trazer coisas boas para cidade. Ele saiu do mesmo jeito que saiu. Honestidade não é qualidade, é obrigação. Quadro político no Brasil está ruim, mas não tenho vergonha de falar que sou político, foi muito disputado, super visado. Quero fazer algo diferente, tirando a bunda da cadeira, pois é fácil reclamar e não fazer nada.

Esporte Jundiaí: Político é igual arbitro de futebol?
Faouaz: Boa analogia, porque ele é o centro das atenções, dificilmente alguém chama vereador para almoçar, sempre vai levar problema. Vereador está para ouvir os problemas da cidade. Ninguém chama árbitro para comer uma pizza, é sempre malhado. Vereador toma mais porradas que elogios.

Rapidinho
Qual time torce no futebol: São Paulo
Torce por algum outro time em outra modalidade: Paulista Ocelots
Um ídolo no esporte: Rogério Ceni
Um ídolo fora do esporte: Meus pais
Comida favorita: Belo arroz com feijão
Bebida número 1: Suco e fruta
Um sonho: Chegar daqui 4 anos satisfeito
Um pesadelo: O contrário, sair com nome sujo, e não realizar o que propus a fazer
Exemplo de beleza: Minha esposa
Estilo musical que gosta: Rock
Estilo musical que detesta: Nada
Uma música: Master of Puppets - Metallica
Estilo favorito de filme: Ação
Gosta de ler: Ligado a política
Que tipo de notícia não gosta de ouvir, ler ou assistir: Tragédias
Família é essencial e base da nossa vida (será pai daqui 4 meses)
Quando liga a tv, paro para ver: Esporte
Mania: Trabalho
Vida é: Aprendizagem

Esporte Jundiaí: Uma história que ocorreu com você no esporte?
Faouaz: Uma vez trabalhando no Ovídeo Bueno, quando cheguei lá para administrar, uma pessoa que está fazendo trabalho ruim, com atitudes ilícitas. Entrei num mini-debate para corrigir essas falhas. O Aláercio (Borelli, secretário de esportes na época) me colocou até para isso na época. A gente reverter e ela foi exonerada. E me levou a delegacia da mulher, com monte de mentiras, mas consegui reverter na boa, pois estava na razão.

Esporte Jundiaí: Para finalizar, qual a música para ouvir hoje?
Faouaz: Nothing Else Matters - Metallica


Thiago Batista – Esporte Jundiaí / Fotos: Arquivo Pessoal


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