Em 30 de junho de 2001, Jundiaí parou para receber um time
que já entrava na história da cidade. Só que para conquistar estar completa,
que tal uma vitória diante da sua torcida e certeza matemática de levantar o
título de campeão da Série A2 do Paulistão, na época o troféu mais desejado
pelos times do interior, já que a reta final da competição tinha cobertura de
emissoras de televisão ao vivo e também das principais emissoras de rádio da
cidade de São Paulo. Naquele dia, o Paulista, então chamado Etti Jundiaí venceu
a Paraguaçuense por 2 a 1, e de forma oficial conquistou o título, que somente
seria perdido se uma combinação catastrófica de resultados ocorresse.
Comandado pelo técnico Giba após a 5ª das 30 rodadas da
competição de pontos corridos, o Galo derrotou a Paraguaçuense com dois belos
gols marcos por Fábio Gomes e Marcinho, fizeram por duas vezes explodir a apaixonada
torcida jundiaiense ainda no primeiro tempo.
O jogo terminou um pouco antes dos acréscimos devido a emoção
do torcedor do Galo que queria comemorar com os seus ídolos dentro de campo e “invadiu”
no lado bom o campo do Jayme Cintra para fazer a festa e ver de perto o troféu.
14.196 torcedores viram o belo troféu da Série A2 ser erguido pelo capitão
Mancini, que suspenso pelo terceiro cartão amarelo, não jogou a partida e
acompanhou a partida nas cadeiras numeradas do estádio – junto com Zinho,
atacante que fez muito sucesso na sua passagem pelo Tricolor.
O time somente engrenou na competição após a 4ª rodada,
quando trocou Luiz Carlos Ferreira por Giba. A competição tinha uma curiosidade
que os jogos que terminassem empatados por 0 a 0, apenas o time vencedor na
disputa de pênaltis, somava um ponto. Os jogos que terminassem em igualdade com
gols, cada time somava um ponto, e mais um ponto extra era disputado nos pênaltis.
Foram cinco empates com gols e um sem gols e o Tricolor
venceu todas as disputas de penalidades naquela Série A2. Só que o time sobrou
no campeonato. Nos outros 24 jogos, foram apenas seis derrotas e 18 vitórias. O
time teve o melhor ataque daquela Série A2 com 62 gols marcados e 30 gols
sofridos. O campeonato era disputado no sistema de pontos corridos (30 rodadas, pois eram 16 times se enfrentando em dois turnos)
Só que foi uma competição acirrada, já que Santo André,
Juventus e Ituano conseguiram perseguir de perto o Galo. Só que o acesso
Tricolor veio na penúltima rodada, após uma derrota do Juventus para o Olímpia –
no dia anterior (22 de junho), o Paulista havia perdido para o Nacional.
O dia do título
O título matematicamente somente viria se o Galo empatasse
com a Paraguaçuense. O Paulista poderia não ser campeão da Série A2 se perdesse
de 7 a 0 do time de Paraguaçu Paulista e o Santo André vencesse o Juventus (no
que foi o confronto direto pela 2ª vaga de acesso até então) por qualquer
placar. Se ocorresse até a improvável goleada do Santo André sobre o Juventus
por 7 a 0, o Paulista nem poderia perder do Paraguaçuense.
Só que os craques comandados por Giba não deram sopa para o
azar e entraram no clima de festa no Jayme Cintra que tomou conta duas horas
antes do jogo – animadoras de torcidas estavam presentes e todos presentes exibiam
com orgulho e antecipação a faixa de campeão da A2.
Marcinho aos 19 minutos de jogo marcou o primeiro belo gol. Nove
minutos depois Fábio Gomes marcou outro golaço. Nem o tento de Marcelo França,
aos 12 minutos do segundo tempo para o Paraguaçuense estragou a festa e o
título do Tricolor como campeão da Série A2 de 2001.
O Paulista campeão da Série A2, naquele jogou entrou em campo
com Artur (depois Buzzetto – em forma de homenagem); Dedimar, Jairo (Cláudio),
Ânderson e Julinho; Luís Carlos Goiano, Fábio Gomes (Nenê), Lauro e Marcinho;
Izaías e Jean Carlos. O capitão do time era Vagner Mancini que não atuou neste
jogo por estar suspenso. Zinho era um dos principais nomes no ataque. O elenco
ainda tinha Fábio Vidal, Nenê, Thiago Martinelli e Umberto Louzer.
Curiosidade
Este jogo foi o último da carreira como árbitro de Oscar
Roberto Gódoi, que foi um dos principais nomes do quadro paulista nos anos 1990
e 2000. Ele que chegou a ganhar o distintivo da FIFA, disse em uma entrevista
na TV Gazeta, que neste jogo tentou de tudo de marcar um gol para
Paraguaçuense, para ter na carreira um gol marcado – só que ele mesmo diz que
não conseguiu.
Por Thiago Batista /// Foto: Divulgação