Juiz manda CBF explicar ausência do 24 na numeração do Brasil na Copa América - Esporte Paulista Juiz manda CBF explicar ausência do 24 na numeração do Brasil na Copa América

Juiz manda CBF explicar ausência do 24 na numeração do Brasil na Copa América

A Justiça do Rio de Janeiro determinou que a CBF explique, em até 48 horas, os motivos de não usar o número 24 entre os convocados para a Copa América, que está sendo disputada no Brasil. O juiz Ricardo Cyfer, da 10ª vara cível da capital, estipulou multa diária de R$ 800 em caso de descumprimento.

A seleção brasileira é a única equipe da Copa América que não usa o número 24 entre os convocados. A CBF não se manifestou sobre a ação de maneira pública e nem mesmo a jornalistas.

A liminar, concedida na última terça-feira, foi pedida pelo Grupo Arco Íris de Cidadania LGBT, que listou cinco questionamentos à CBF:

A não inclusão do número 24 no uniforme oficial nas competições constitui uma política deliberada da interpelada?

Em caso negativo, qual o motivo da não inclusão do número 24 no uniforme oficial da interpelada?

Qual o departamento dentro da interpelada, que é responsável pela deliberação dos números no uniforme oficial da seleção?

Quais as pessoas e funcionários da interpelada, que integram este departamento que delibera sobre a definição de números no uniforme oficial?

Existe alguma orientação da FIFA ou da CONMEBOL sobre o registro de jogadores com o número 24 na camisa?

A ação lembra que a CBF “tem papel preponderante neste debate.” Cita também que recentemente o Superior Tribunal de Justiça Desportiva passou a punir clubes com cantos homofóbicos de torcidas nos estádios.

“É dela a responsabilidade de mudar esta cultura dentro do futebol. Quando a CBF se exime de participar, a torcida entende que é permitido, que é aceitável, e o posicionamento faz com que, aos poucos, esta cultura mude.”

Uma pesquisa em diversos clubes brasileiros também constatou que as agremiações não utilizam o número, cita que o 24 é constantemente, e historicamente, relacionado com o homem gay por conta do jogo do bicho, que associa este número ao veado, animal, que por sua vez, é utilizado como forma de ofensa para a comunidade LGBTQIA+.

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