Antes do fim do Etti Jundiaí, “pai” italiano do clube recebeu título de cidadão jundiaiense

02/01/2022 - 09:00

Morto neste sábado, 1º dia de 2022, aos 85 anos, Calisto Tanzi recebeu da Câmara Municipal de Jundiaí em 2001 o título de cidadão jundiaiense. Ele foi concedido pela mesa-diretora da Câmara na época, que tinha Ana Tonelli como presidente, que tinha Silvana Baptista e Júlio Cesar de Oliveira, o Julião, como secretários. Todos os 21 vereadores na época aprovaram a medida. Dois anos depois, um verdadeiro escândalo estourou sobre a empresa e Tanzi cumpriu prisão até seu último segundo de vida.

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A homenagem teve como justificativa não o desempenho na época do Etti Jundiaí que tinha recentemente conquistado o título da Série A2 do Paulistão e estava em vias de conquistar a Série C do Brasileirão.  

 

O motivo era a presença de uma das fábricas da Parmalat em Jundiaí e também ajudava a cidade com uma entidade de filantropia, a Aldeia MM Tanzi. 

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Os 21 vereadores que aprovaram a cessão do título de cidadão jundiaiense a Calisto Tanzi atualmente não está na casa de leis do município, 21 anos depois. São eles (alguns eram suplentes e participaram daquela sessão): Ana Tonelli, Doca (falecido), Antônio Galdino (falecido), Cláudio Miranda, Durval Orlato, Felisberto Negri, Chico Poço (falecido), Ivan Perini, Juca Rodrigues (falecido), João da Rocha Santos, José Marcussi, Kachan, José Aparecido dos Santos, Julião, Mauro Menuchi, Neizy Cardoso, Oraci Gotardo, Sérgio Dutra, Silvana Baptista e Sílvio Ermani.

 

Tanzi estava internado em Parma desde meados de dezembro por uma infecção pulmonar, não relacionada ao coronavírus, e anteriormente estava em prisão domiciliar cumprindo pena de 17 anos de prisão pelo escândalo Parmalat, hoje controlado pelo grupo francês Lactalis.

 

De um dos empresários italianos mais conhecidos internacionalmente, tornou-se protagonista da maior fraude financeira da Europa em 2003, quando foi descoberto que vinha falsificando as contas da empresa durante anos e acumulou um buraco de 14 bilhões de euros.

 

Na época, a Parmalat empregava cerca de 36 mil pessoas em 30 países. Foi declarada a suspensão de pagamentos e o escândalo afetou mais de 100 mil investidores em todo o mundo que haviam comprado títulos da empresa. Tanzi foi condenado a dez anos de prisão por fraude na primeira instância em 2008 e em 2011 o Tribunal de Apelação de Bolonha o condenou a 17 anos.

 

Foto: Divulgação

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