Morto neste sábado, 1º dia de 2022, aos 85 anos, Calisto Tanzi recebeu
da Câmara Municipal de Jundiaí em 2001 o título de cidadão jundiaiense. Ele foi
concedido pela mesa-diretora da Câmara na época, que tinha Ana Tonelli como
presidente, que tinha Silvana Baptista e Júlio Cesar de Oliveira, o Julião,
como secretários. Todos os 21 vereadores na época aprovaram a medida. Dois anos
depois, um verdadeiro escândalo estourou sobre a empresa e Tanzi cumpriu prisão
até seu último segundo de vida.
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A homenagem teve como justificativa não o desempenho na época do Etti Jundiaí
que tinha recentemente conquistado o título da Série A2 do Paulistão e estava
em vias de conquistar a Série C do Brasileirão.
O motivo era a presença de uma das fábricas da Parmalat em Jundiaí e
também ajudava a cidade com uma entidade de filantropia, a Aldeia MM Tanzi.
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Os 21 vereadores que aprovaram a cessão do título de cidadão jundiaiense
a Calisto Tanzi atualmente não está na casa de leis do município, 21 anos
depois. São eles (alguns eram suplentes e participaram daquela sessão): Ana
Tonelli, Doca (falecido), Antônio Galdino (falecido), Cláudio Miranda, Durval
Orlato, Felisberto Negri, Chico Poço (falecido), Ivan Perini, Juca Rodrigues
(falecido), João da Rocha Santos, José Marcussi, Kachan, José Aparecido dos
Santos, Julião, Mauro Menuchi, Neizy Cardoso, Oraci Gotardo, Sérgio Dutra,
Silvana Baptista e Sílvio Ermani.
Tanzi estava internado em Parma desde meados de dezembro por uma
infecção pulmonar, não relacionada ao coronavírus, e anteriormente estava em
prisão domiciliar cumprindo pena de 17 anos de prisão pelo escândalo Parmalat,
hoje controlado pelo grupo francês Lactalis.
De um dos empresários italianos mais conhecidos internacionalmente,
tornou-se protagonista da maior fraude financeira da Europa em 2003, quando foi
descoberto que vinha falsificando as contas da empresa durante anos e acumulou
um buraco de 14 bilhões de euros.
Na época, a Parmalat empregava cerca de 36 mil pessoas em 30 países. Foi
declarada a suspensão de pagamentos e o escândalo afetou mais de 100 mil
investidores em todo o mundo que haviam comprado títulos da empresa. Tanzi foi
condenado a dez anos de prisão por fraude na primeira instância em 2008 e em
2011 o Tribunal de Apelação de Bolonha o condenou a 17 anos.
Foto: Divulgação