Abel Ferreira entra com processo contra dois jornalistas

13/09/2022 - 14:47

O técnico Abel Ferreira abriu dois processos na Justiça Brasileira contra dois jornalistas no país, após ambos terem dito que o português possui uma visão de ‘colonizador’. 

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Abel Ferreira está processando Menon e Mauro Cezar Pereira por estas falas. O treinador bicampeão da América pede R$ 50 mil em indenizações por danos morais e retratações públicas. Esse dinheiro, caso Abel vença o processo será todo doado.

Desde que chegou ao Brasil, Abel vem sofrendo com recorrentes críticas e comentários entendidos pelo profissional e pelo Palmeiras como preconceituosos. Personalidades do futebol, como Jorginho – que foi demitido do Atlético-GO e trabalha no Vasco, na Série B -, deram diversas declarações em que questionam a contratação de portugueses nos clubes nacionais e os comentários do técnico palestrino.

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As falas que originaram as ações foram originadas após uma coletiva de imprensa em que o treinador foi questionado sobre a postura de Gabriel Veron, no jogo que eliminou o Palmeiras na Copa do Brasil deste ano.

Na coletiva, Abel disse o seguinte: “Já disse várias vezes que os brasileiros são, de longe, os melhores que já vi jogar. Mas precisam evoluir muito a nível de educação e como homens, porque eles não têm essa formação. Eles às vezes não têm noção nenhuma do que estão fazendo. E isso está na formação”, afirmou.

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A fala, no entanto, foi considerada como ‘colonizadora’ por Mauro Cezar, comentarista da Jovem Pan e colunista do UOL, e Menon, colunista do UOL.

Mauro Cezar disse o seguinte: “(Sobre Veron) É uma questão de amadurecimento, muito mais do que educação. Eu não acredito que o Abel, como o Jesus falava isso na época de Flamengo, falaria isso se treinasse o Grealish do Manchester City, do inglês precisar de formação. Por isso eu acho que é visão de colonizador. Acho que esses portugueses vem para cá, acho ótimo, defendo, não sou apaixonado pelo Jesus, tenho críticas a ele, mas não acho legal esse tipo de conduta, falam num tom como se estivéssemos em 1500”, disse Mauro.

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Logo em seguida, Menon escreveu o seguinte: “Abel Ferreira se comporta diante de brasileiros como José de Anchieta ou Manoel da Nóbrega, também europeus, diante dos indígenas: é preciso ensinar, domesticar, colonizar. Precisamos crescer como homens. Não temos educação. Somos botocudos. Não somos europeus. Abel se orgulha de ser português. Se orgulha de ser europeu. Abel Ferreira tem orgulho da colonização portuguesa na África? Quantos e quantos mortos em Angola e Moçambique? E o que a europeia Bélgica fez no Congo?”, publicou o colunista.

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No processo, então, Abel entende que as falas “extrapolaram os limites das liberdades de expressão e de imprensa, violando o direito à sua honra. Além disso, ele solicita uma retratação pública em todos os canais de comunicação dos quais os réus fazem parte.

No caso de Mauro Cezar, inclusive, o processo afirma que o jornalista “é notório torcedor do Flameno, time de futebol do Rio de Janeiro, que atualmente é um dos principais rivais esportivos do Palmeiras. Segundo Abel no processo, em razão de tal paixão futebolística, Mauro Cezar, muitas vezes, utiliza-se do lugar de fala de jornalista nos meios de comunicação em que atua, para emitir comentários parciais, desprovidos de caráter informativo ou crítico e constantemente eivados de ‘animus injuriandi’ (significa que a pessoa deve ter consciência e vontade de atingir a honra da vítima).

Abel Ferreira chegou ao Brasil em 2020. Desde então, venceu duas Libertadores, uma Copa do Brasil, um Paulistão e uma Recopa Sul-Americana. Atualmente, a equipe está na liderança do Brasileirão.

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