O
técnico Abel Ferreira abriu dois processos na Justiça Brasileira contra dois jornalistas
no país, após ambos terem dito que o português possui uma visão de
‘colonizador’.
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Abel Ferreira
está processando Menon e Mauro Cezar Pereira por estas falas. O treinador
bicampeão da América pede R$ 50 mil em indenizações por danos morais e
retratações públicas. Esse dinheiro, caso Abel vença o processo será todo
doado.
Desde
que chegou ao Brasil, Abel vem sofrendo com recorrentes críticas e comentários
entendidos pelo profissional e pelo Palmeiras como preconceituosos.
Personalidades do futebol, como Jorginho – que foi demitido do Atlético-GO e
trabalha no Vasco, na Série B -, deram diversas declarações em que questionam a
contratação de portugueses nos clubes nacionais e os comentários do técnico
palestrino.
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As falas
que originaram as ações foram originadas após uma coletiva de imprensa em que o
treinador foi questionado sobre a postura de Gabriel Veron, no jogo que eliminou
o Palmeiras na Copa do Brasil deste ano.
Na
coletiva, Abel disse o seguinte: “Já disse várias vezes que os brasileiros são,
de longe, os melhores que já vi jogar. Mas precisam evoluir muito a nível de
educação e como homens, porque eles não têm essa formação. Eles às vezes não
têm noção nenhuma do que estão fazendo. E isso está na formação”, afirmou.
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A fala,
no entanto, foi considerada como ‘colonizadora’ por Mauro Cezar, comentarista
da Jovem Pan e colunista do UOL, e Menon, colunista do UOL.
Mauro
Cezar disse o seguinte: “(Sobre Veron) É uma questão de amadurecimento, muito
mais do que educação. Eu não acredito que o Abel, como o Jesus falava isso na
época de Flamengo, falaria isso se treinasse o Grealish do Manchester City, do
inglês precisar de formação. Por isso eu acho que é visão de colonizador. Acho
que esses portugueses vem para cá, acho ótimo, defendo, não sou apaixonado pelo
Jesus, tenho críticas a ele, mas não acho legal esse tipo de conduta, falam num
tom como se estivéssemos em 1500”, disse Mauro.
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Logo em
seguida, Menon escreveu o seguinte: “Abel Ferreira se comporta diante de
brasileiros como José de Anchieta ou Manoel da Nóbrega, também europeus, diante
dos indígenas: é preciso ensinar, domesticar, colonizar. Precisamos crescer
como homens. Não temos educação. Somos botocudos. Não somos europeus. Abel se
orgulha de ser português. Se orgulha de ser europeu. Abel Ferreira tem orgulho
da colonização portuguesa na África? Quantos e quantos mortos em Angola e
Moçambique? E o que a europeia Bélgica fez no Congo?”, publicou o colunista.
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No
processo, então, Abel entende que as falas “extrapolaram os limites das
liberdades de expressão e de imprensa, violando o direito à sua honra. Além
disso, ele solicita uma retratação pública em todos os canais de comunicação
dos quais os réus fazem parte.
No caso
de Mauro Cezar, inclusive, o processo afirma que o jornalista “é notório
torcedor do Flameno, time de futebol do Rio de Janeiro, que atualmente é um dos
principais rivais esportivos do Palmeiras. Segundo Abel no processo, em razão
de tal paixão futebolística, Mauro Cezar, muitas vezes, utiliza-se do lugar de
fala de jornalista nos meios de comunicação em que atua, para emitir
comentários parciais, desprovidos de caráter informativo ou crítico e
constantemente eivados de ‘animus injuriandi’ (significa que a pessoa deve ter consciência e vontade de atingir a
honra da vítima).
Abel
Ferreira chegou ao Brasil em 2020. Desde então, venceu duas Libertadores, uma
Copa do Brasil, um Paulistão e uma Recopa Sul-Americana. Atualmente, a equipe
está na liderança do Brasileirão.
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