Novos critérios da FPF fariam não ter o “Paulista de Jundiaí campeão de 2005”

10/11/2022 - 19:22

Os novos critérios adotados pela Federação Paulista de Futebol para designar seus cinco representantes na Copa do Brasil, sendo quatro via Paulistão, podem excluir times que dentro de campo foram competentes no Estadual e foram mais competentes ainda na Copa do Brasil. O maior exemplo seria o Paulista de Jundiaí, campeão da Copa do Brasil de 2005. Ele foi vice-campeão estadual em 2004, em uma final sem grandes, e pelos novos critérios da FPF a partir de 2023, não poderia jogar a Copa do Brasil, e ter realizado a fantástica campanha que o levou ao título.

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A Federação Paulista realizará as seguintes mudanças para designar os seus cinco representantes na Copa do Brasil, a partir da edição de 2024 do torneio nacional (segundo informação do jornalista Rubén Fontes Neto, do perfil @1902futebol):

- Excluídos os times paulistas classificados a Libertadores (seja na fase preliminar ou fase de grupos) diretamente na 3ª fase, o melhor time do Paulistão tem vaga assegurada na Copa do Brasil [eram três vagas por este critério]

- Excluídos os times paulistas classificados a Libertadores (seja na fase preliminar ou fase de grupos)  diretamente na 3ª fase, os três melhores times do até então “Troféu do Interior” (que terá novo nome) tem vaga assegurada na Copa do Brasil [era uma vaga por este critério]

- Mantém-se uma vaga via Copa Paulista, a um time que não venha na Copa do Brasil e que não tenha optado pela vaga na Série D se foi campeão do torneio estadual

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Se for usar no passado estes novos critérios, o Paulista de Jundiaí seria o mais “prejudicado”. Vice-campeão estadual em 2004, perdendo a final para o São Caetano, não jogaria a Copa do Brasil, já que o Azulão terminou apenas em 18º lugar no Brasileirão de 2004. Com isso, o Galo de Jundiaí não teria nem a chance de eliminar o Juventude e depois Botafogo, Internacional, Figueirense e Cruzeiro para vencer o Fluminense para faturar a Copa do Brasil de 2005.

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Caso semelhante ao Paulista de Jundiaí ocorreria com Novorizontino de 1990, vice-campeão paulista, ao perder a final caipira para o Bragantino. No Brasileirão, o Bragantino foi 8º colocado, e como o Brasil não seria o atual campeão da Libertadores (Olímpia do Paraguai venceu), o time de Novo Horizonte nos critérios atuais não jogaria a Copa do Brasil.

Critério bizarro que ocorreu para o Novorizontino não jogar a Copa do Brasil de 1991, já que nem ele e o Bragantino representaram o estado de São Paulo naquela edição – e sim Corinthians e XV de Piracicaba, campeões dos grupos A e B da primeira fase do Paulistão de 1990.

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Só que outros exemplos pelo interior ocorreriam, a partir de 1989, quando foi criada a Copa do Brasil. Em 2001, o Botafogo de Ribeirão Preto foi vice-campeão do Paulistão, perdendo a final para o Corinthians. O Timão foi apenas 18º no Brasileirão de 28 clubes, e assim não disputaria nenhuma competição continental nem nos critérios atuais.

E nos critérios atuais, o Botafogo de Ribeirão de 2001 não jogaria a Copa do Brasil do ano seguinte – na qual disputou e foi eliminado na 1ª fase, com um empate por 1 a 1 e derrota por 7 a 1 para o Sport.

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O Guarani ficaria fora de duas Copa do Brasil por conta do critério “inovador” da FPF, mesmo sendo vice-estadual por duas vezes no período de 25 anos.

No ano de 1988, o Guarani foi vice-campeão paulista, ao perder a final para o Corinthians. O Timão foi apenas o 15º no Brasileirão, uma posição abaixo que o próprio Bugre. Por conta disso, no critério atual, o Verdão de Campinas também ficaria de fora da Copa do Brasil – na qual disputou em 1989 e caiu nas oitavas de final para o Sport.

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Em 2012, o Bugre repetiria o vice estadual, ao perder a final para o Santos.

O Peixe não iria a Libertadores, nem mesmo com as “super-vagas” de hoje (foi 8º, com Palmeiras rebaixado no Brasileirão, mas indo a Libertadores pelo título da Copa do Brasil) e assim o Verdão de Campinas também ficaria de fora do torneio nacional – na qual jogou e caiu na 1ª fase para o Confiança do Sergipe.

Só que alguns “pequenos” mesmo com o critério “inovador” da FPF para designar seus participantes na Copa do Brasil a partir de 2024. O São José, vice-campeão de 1989, jogaria a Copa do Brasil nos critérios atuais, pois o São Paulo jogaria a Libertadores, como vice-campeão brasileiro. 

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Nos tempos mais recentes, São Caetano vice de 2007 jogaria a Copa do Brasil de 2008 (Santos, campeão paulista obteve vaga na Libertadores); o mesmo para Ponte Preta, vice de 2008 (Palmeiras obteve vaga na Libertadores); o Santo André, vice de 2010 (Santos obteve vaga na Libertadores ao ganhar a Copa do Brasil) e o Audax, vice de 2016 (Santos obteve vaga na Libertadores com vice brasileiro).

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Observação: Campeonato Paulista de 2002 não entrou nesta reportagem já que foi uma competição em pontos corridos – Ituano campeão e União São João – vice-campeão.

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