Morreu nesta
terça-feira o ex-árbitro José Aparecido de Oliveira, aos 71 anos. Ele foi árbitro
da polêmica final do Paulistão de 1993, entre Corinthians x Palmeiras que
terminou 3 a 0 para os palmeirenses nos 90 minutos e 1 a 0 para o Verdão nos 30
minutos extras. O jogo terminou com quatro atletas sendo expulsos.
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Segundo
o portal 3º Tempo, de propriedade do jornalista Milton Neves, ele não resistiu
a um aneurisma
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O
velório e sepultamento serão realizados em Santo André
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Atualmente,
José Aparecido de Oliveira era um dos auditores do Tribunal Pleno do TJD
(Tribunal de Justiça Desportiva) de São Paulo
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Conhecido
à época por ser disciplinador, tem no currículo participações nas finais do
Campeonato Brasileiro de 1990 (São Paulo x Corinthians) e dos Campeonatos
Paulista de 1990 (Bragantino x Novo Horizontino), 1992 (São Paulo x Palmeiras)
e 1993 (Palmeiras x Corinthians)
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Foi
um dos principais e mais polêmico árbitro da Federação Paulista de Futebol nos
anos 80/90. Atuou oficialmente em 33 jogos em partidas de campeonatos da CBF
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José
Aparecido de Oliveira apitou o segundo jogo da final do Paulistão de 1993, que
comemorou-se 30 anos na semana passada
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A
polêmica já começou na escala de arbitragem, que ele e outros dois árbitros
trabalharam dentro de campo – Oscar Roberto Godói e Dionísio Roberto Domingos,
que trabalharam no jogo como assistentes (bandeirinhas)
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Com
bagagem e experiência internacional, Jose Aparecido no domingo foi até um restaurante,
por ordem da Federação Paulista foi pego de surpresa ao encontrar os também árbitros
Oscar Roberto Godoi, João Paulo de Araújo (acabou sendo o 4º árbitro do jogo) e
Dionísio Roberto Domingues no local e ser informado que seria o dono do apito
da segunda decisão do Campeonato Paulista
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José
Aparecido confessou que aguardava a indicação de Godoi para comandar aquele
clássico. Por determinação da federação, ele ficou com o apito e, em mais uma
decisão polêmica, os outros árbitros envolvidos na escolha foram designados a
assumir a função de bandeirinhas, como era chamado os assistentes na época
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“Se
hoje perguntassem se eu gostaria de apitar a final de 1993 eu diria que não.
Nem que fosse para ganhar R$ 1 milhão. Nada paga o que eu passei. De benefício
para minha carreira aquela partida não trouxe nada. Eu já era um árbitro
consagrado e internacional, que apitava Libertadores e jogos de Eliminatórias
de Copa do Mundo. Foi muito difícil em todos os sentidos. Minha família não
merecia passar por tudo aquilo”, conta José Aparecido
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No
jogo, José Aparecido expulsou quatro jogadores, sendo três do Corinthians
- Henrique
por segundo amarelo, ainda no primeiro tempo, quando jogo estava 1 a 0
- Ronaldo, goleiro do Corinthians, por impedir
chance manifesta de gol, no segundo tempo, quando o placar ainda era 1 a 0
- Tonhão, zagueiro do Palmeiras, por tentar
agredir Ronaldo, no lance da expulsão do goleiro
- Ezequiel, lateral do Corinthians, por reclamação
e ofensas, após este cometer pênalti no primeiro tempo da prorrogação, quando o
placar estava 0 a 0
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Muitos
acreditam que Edmundo também deveria ter recebido o vermelho, por dar uma
voadora em Paulo Sérgio, menos de dois minutos depois da expulsão de Henrique,
do Corinthians
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Perdeu
escudo Fifa em 1993
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Segundo
matéria da Folha de São Paulo, José Aparecido teria recebido ordens do
ex-presidente da Comissão de arbitragem da CBF, Ivens Mendes, para favorecer o
Brasil no amistoso contra o México, dia 7 de agosto de 93. Ivens Mendes, já
falecido, era suspeito na época de comandar esquema de corrupção das
arbitragens e manipulação de resultados.
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No
jogo, que ocorreu na época das eliminatórias para a Copa de 94 e terminou em 1
a 1, Ivens Mendes teria dito que era preciso ganhar o amistoso para contentar a
torcida, já que a seleção não vinha bem na competição oficial, pois empatou com
o Equador em 0 a 0 e perdeu da Bolívia por 2 a 0
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A
recomendação era para que qualquer lance duvidoso dentro da área fosse apitado
pênalti para o Brasil, e que o juiz expulsasse qualquer mexicano que
reclamasse.
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No
jogo, José Aparecido marcou um pênalti – para o México. Resultado: no dia
seguinte, No dia seguinte à partida, na qual um pênalti foi marcado a favor do
México, Ivens Mendes teria dito que o árbitro seria afastado do quadro da FIFA,
o que veio a acontecer cerca de três meses depois
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Um
ano e meio após a decisão do Paulistão de 1993, José Aparecido de Oliveira
sumiu das escalas de arbitragem e dos noticiários
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Outros
detalhes da carreira e a cusparada de Neto
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Os
jogos de futebol foram trocados por consultas médicas que deram início ao
grande desafio da sua vida, a doença – câncer no estômago, em 1995. Se curou da
doença no fim dos anos 90
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Em
13 de outubro de 1991, também num clássico entre Corinthians e Palmeiras, ele
levou uma cusparada de Neto, então ídolo máximo do Corinthians
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Após
ser expulso, por uma falta forte que cometeu no meio-campo, o meia corintiano
cuspiu no rosto de José Aparecido, que relatou a indisciplina na súmula e o
jogador foi suspenso por quatro meses.
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A
partida terminou 2 a 1 para o Palmeiras e, além de Neto, Márcio (Corinthians) e
Toninho (Palmeiras) também foram expulsos
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Depois
disso, em diversos momentos de sua carreira na TV, o ex-camisa 10 do
Corinthians admitiu o erro e em 2013 pediu desculpas publicamente ao
ex-árbitro. Inclusive na segunda-feira (19 de junho) falou sobre isso na tv,
dizendo que foi racista ao cometer o ato na época
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José
Aparecido aceitou os pedidos de desculpas de Neto já nos anos 2000
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