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Morre árbitro da polêmica final do Paulistão de 1993, onde expulsou 4 jogadores

20/06/2023 - 13:56

Morreu nesta terça-feira o ex-árbitro José Aparecido de Oliveira, aos 71 anos. Ele foi árbitro da polêmica final do Paulistão de 1993, entre Corinthians x Palmeiras que terminou 3 a 0 para os palmeirenses nos 90 minutos e 1 a 0 para o Verdão nos 30 minutos extras. O jogo terminou com quatro atletas sendo expulsos.

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·               Segundo o portal 3º Tempo, de propriedade do jornalista Milton Neves, ele não resistiu a um aneurisma

·               O velório e sepultamento serão realizados em Santo André

·               Atualmente, José Aparecido de Oliveira era um dos auditores do Tribunal Pleno do TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) de São Paulo

·               Conhecido à época por ser disciplinador, tem no currículo participações nas finais do Campeonato Brasileiro de 1990 (São Paulo x Corinthians) e dos Campeonatos Paulista de 1990 (Bragantino x Novo Horizontino), 1992 (São Paulo x Palmeiras) e 1993 (Palmeiras x Corinthians)

·               Foi um dos principais e mais polêmico árbitro da Federação Paulista de Futebol nos anos 80/90. Atuou oficialmente em 33 jogos em partidas de campeonatos da CBF

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·               José Aparecido de Oliveira apitou o segundo jogo da final do Paulistão de 1993, que comemorou-se 30 anos na semana passada

·               A polêmica já começou na escala de arbitragem, que ele e outros dois árbitros trabalharam dentro de campo – Oscar Roberto Godói e Dionísio Roberto Domingos, que trabalharam no jogo como assistentes (bandeirinhas)

·               Com bagagem e experiência internacional, Jose Aparecido no domingo foi até um restaurante, por ordem da Federação Paulista foi pego de surpresa ao encontrar os também árbitros Oscar Roberto Godoi, João Paulo de Araújo (acabou sendo o 4º árbitro do jogo) e Dionísio Roberto Domingues no local e ser informado que seria o dono do apito da segunda decisão do Campeonato Paulista

·               José Aparecido confessou que aguardava a indicação de Godoi para comandar aquele clássico. Por determinação da federação, ele ficou com o apito e, em mais uma decisão polêmica, os outros árbitros envolvidos na escolha foram designados a assumir a função de bandeirinhas, como era chamado os assistentes na época

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·               “Se hoje perguntassem se eu gostaria de apitar a final de 1993 eu diria que não. Nem que fosse para ganhar R$ 1 milhão. Nada paga o que eu passei. De benefício para minha carreira aquela partida não trouxe nada. Eu já era um árbitro consagrado e internacional, que apitava Libertadores e jogos de Eliminatórias de Copa do Mundo. Foi muito difícil em todos os sentidos. Minha família não merecia passar por tudo aquilo”, conta José Aparecido

·               No jogo, José Aparecido expulsou quatro jogadores, sendo três do Corinthians

- Henrique por segundo amarelo, ainda no primeiro tempo, quando jogo estava 1 a 0

 - Ronaldo, goleiro do Corinthians, por impedir chance manifesta de gol, no segundo tempo, quando o placar ainda era 1 a 0

 - Tonhão, zagueiro do Palmeiras, por tentar agredir Ronaldo, no lance da expulsão do goleiro

 - Ezequiel, lateral do Corinthians, por reclamação e ofensas, após este cometer pênalti no primeiro tempo da prorrogação, quando o placar estava 0 a 0

·               Muitos acreditam que Edmundo também deveria ter recebido o vermelho, por dar uma voadora em Paulo Sérgio, menos de dois minutos depois da expulsão de Henrique, do Corinthians

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Perdeu escudo Fifa em 1993

·                   Segundo matéria da Folha de São Paulo, José Aparecido teria recebido ordens do ex-presidente da Comissão de arbitragem da CBF, Ivens Mendes, para favorecer o Brasil no amistoso contra o México, dia 7 de agosto de 93. Ivens Mendes, já falecido, era suspeito na época de comandar esquema de corrupção das arbitragens e manipulação de resultados.

·                   No jogo, que ocorreu na época das eliminatórias para a Copa de 94 e terminou em 1 a 1, Ivens Mendes teria dito que era preciso ganhar o amistoso para contentar a torcida, já que a seleção não vinha bem na competição oficial, pois empatou com o Equador em 0 a 0 e perdeu da Bolívia por 2 a 0

·                   A recomendação era para que qualquer lance duvidoso dentro da área fosse apitado pênalti para o Brasil, e que o juiz expulsasse qualquer mexicano que reclamasse.

·               No jogo, José Aparecido marcou um pênalti – para o México. Resultado: no dia seguinte, No dia seguinte à partida, na qual um pênalti foi marcado a favor do México, Ivens Mendes teria dito que o árbitro seria afastado do quadro da FIFA, o que veio a acontecer cerca de três meses depois

·               Um ano e meio após a decisão do Paulistão de 1993, José Aparecido de Oliveira sumiu das escalas de arbitragem e dos noticiários

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Outros detalhes da carreira e a cusparada de Neto

·               Os jogos de futebol foram trocados por consultas médicas que deram início ao grande desafio da sua vida, a doença – câncer no estômago, em 1995. Se curou da doença no fim dos anos 90

·               Em 13 de outubro de 1991, também num clássico entre Corinthians e Palmeiras, ele levou uma cusparada de Neto, então ídolo máximo do Corinthians

·               Após ser expulso, por uma falta forte que cometeu no meio-campo, o meia corintiano cuspiu no rosto de José Aparecido, que relatou a indisciplina na súmula e o jogador foi suspenso por quatro meses.

·               A partida terminou 2 a 1 para o Palmeiras e, além de Neto, Márcio (Corinthians) e Toninho (Palmeiras) também foram expulsos

·               Depois disso, em diversos momentos de sua carreira na TV, o ex-camisa 10 do Corinthians admitiu o erro e em 2013 pediu desculpas publicamente ao ex-árbitro. Inclusive na segunda-feira (19 de junho) falou sobre isso na tv, dizendo que foi racista ao cometer o ato na época

·               José Aparecido aceitou os pedidos de desculpas de Neto já nos anos 2000

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