O Palmeiras
foi derrotado para o Grêmio por 1 a 0, em Porto Alegre, na noite desta
quinta-feira. Mas isso é muito pequeno perto da perda que o Brasil teve praticamente
quando a bola rolava na Arena Grêmio, quando o país perdeu uma campeã olímpica –
Walewska, aos 43 anos (ouro em Pequim em 2008 pelo vôlei feminino). Pode até
parecer que estes dois fatos não se ligam, mas se ligam em um ponto. Na última
terça-feira, Walewska se encontrou com Abel Ferreira, treinador do Palmeiras,
para uma visita no CT do Verdão. O encontro de uma hora marcou o treinador palmeirense,
que parece não acreditar na notícia.
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Abel Ferreira pediu a palavra logo depois da entrevista coletiva. Na 1ª vez que ele esteve na sala de imprensa, nos 11 minutos de encontro com jornalistas, o treinador palmeirense sequer foi questionado sob encontro com a ex-jogadora da seleção brasileira de vôlei ou uma palavra de encontro sobre o momento que tiveram no começo da semana ou palavras de conforto a família.
Abel voltou depois e deu um
depoimento de 3 minutos onde abriu o coração, e falou sobre o sentido da vida,
do encontro e no fim revelar que ainda não acreditava no falecimento de
Walewska.
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“Quando me
disseram (sobre a morte da Walewska), nem acreditei. Fiquei incrédulo. E acho
mesmo que não vale me chatear com futebol. Vários treinadores já me falaram,
como Ancelotti, que me dizem que tem de desfrutar com futebol, não levar a
tanto sério, dar o seu melhor, porque estamos todos na fila. Ainda bem que
gente não sabe quando é a nossa vez, mas estamos todos na fila. Às vezes nós,
eu pessoalmente, me chateio com isso e aquilo quando pessoas não querem mudar e
não vale a pena. E devemos ser gratos e sou muito grato pela vida que tenho,
sou abençoado por Deus por tudo. Quando chega ao final de um jogo como este,
saí triste e irritado e recebe uma notícia como estas, você pensa qual o verdadeiro
significado da vida. O que estou aqui a fazer, qual a missão como homem, a
minha missão como treinador?”, disse inicialmente Abel.
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“Infelizmente
é nestes momentos como da morte, como infelizmente aconteceu, que nós realmente
qual minha missão quanto homem, quanto pai, quanto filho. Quando recebe essa
notícia, você questiona o sacrifício e dedicação e estar longe da sua família.
É duro. A relação com ela, tive uma conversa particular e foi espetacular. Foi
capitã de equipe. Foram sensivelmente 1 hora que trocamos ideias. Ela falou da
experiência dela na Espanha, perguntar como era o vôlei na Espanha, na Itália,
na Rússia e no Brasil. E pode perceber as dinâmicas, como ela perguntou de como
ser profissional e depois de deixar de ser jogador de futebol e eu disse que é
um luto. E ela disse quero através do podcast que isso passar a imagem que um
jogador tinha que passar por essa transição. E isso tinha a ver com questões
mentais e de preparação e que apenas 3% ou 4% ganham dinheiro e tem que se
preparar para a próxima etapa”, declarou.
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“Foi uma
hora absolutamente extraordinária. E quando me disseram a notícia, não queria
acreditar e fiquei incrédulo. São momentos que preciso abrir meu coração e
pergunto: o que estou aqui a fazer e vale todo sacrifício. Às vezes a gente temos
medos, como chutar a gol, enfrentar um adversário ou com de errar. Mas
comparado com o que: com isso (a morte)? Eu digo sempre aos jogadores que temos
que ser gratos todos os dias que é acordar e respirar. E o máximo que posso
fazer é dar as condolências à família. E parece que é mentira o que tenho a dizer,
mas sensação que eu fico é que não é verdade Não é verdade”, finalizou Abel.
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Na coletiva,
quando falou de Walewska, Abel tinha aparência de abatido por conta da notícia,
diferente de terça, quando os registros fotográficos mostraram momentos alegres
entre os dois.
Na visita, os multicampeões fizeram uma troca de livros e Wal falou sobre a alegria de conhecer o português: “Muito encantada”. Walewska lançou no início deste ano o livro “Outras redes”.
Ela presenteou o técnico do Palmeiras com um exemplar. Abel, que também tem dois
livros publicados em conjunto com a comissão técnica, presenteou a ex-jogadora
com um exemplar de "Volta Extra: temporada 2022", que conta sobre as
conquistas no Verdão no ano passado.
Walewska saiu
do encontro declarando torcer para o Palmeiras.
E de onde ela
estiver vai torcer pelo Verdão, que mesmo derrotado nesta noite por 1 a 0 para
o Grêmio, segue vivo, lutando a cada jogando até o fim na luta pelo título
brasileiro e especialmente mais vivo ainda pelo título da Libertadores. Como
era ela na quadra pelas camisas que vestiu e a o número 1 da seleção
brasileira.
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