Ednaldo
Rodrigues não é mais presidente da CBF. Uma decisão foi tomada nesta
quinta-feira pelos desembargadores da 21a Câmara de Direito Privado do Tribunal
de Justiça do Rio de Janeiro. Os magistrados determinaram ainda que o
presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), José Perdiz,
assuma a CBF pelo prazo de 30 dias para que conduza uma nova eleição.
O
entendimento dos desembargadores, o Termo de Acordo de Contuda (TAC) assinado
entre o Ministério Público e a CBF, ilegal pelo órgão não ter legitimidade para
se interferir nos assuntos internos da Confederação por se tratar de uma
entidade privada.
A decisão
foi unânime (3 a 0) e Ednaldo Rodrigues e a CBF irão recorrer ao Superior
Tribunal de Justiça (STJ).
Ednaldo acionou
Fifa e Conmebol - pedindo que as entidades reforcem a possibilidade de sanções
em caso de mudanças na confederação por ordem da Justiça Comum. Recebeu cartas
que reforçam essa hipótese.
Ednaldo
Rodrigues é natural de Vitória da Conquista, na Bahia, e tem 69 anos. Começou
no futebol como jogador de um clube amador na sua cidade natal, nas décadas de
70 e 80. Em seguida, presidiu a Liga Conquistense de Desportes Terrestres.
Já em 1992,
Ednaldo chegou à Federação Bahiana de Futebol como Diretor do Departamento do
Interior, cargo que ocupou até ser eleito presidente da entidade no ano 2000.
Ele presidiu a FBF entre 2001 e 2018, quando foi eleito vice-presidente da CBF.
Foi presidente interino da CBF entre 2021 e 2022. Em 23 de março de 2022, foi
eleito presidente da Confederação Brasileira de Futebol. E agora deixa o cargo.
Em março de
2022, Ednaldo Rodrigues e o Ministério Público do Rio de Janeiro assinaram um
TAC que estabelecia novas regras eleitorais e, em teoria, deveria extinguir a
ação que chegou a resultar numa intervenção na CBF
Sob essas
novas regras, Ednaldo Rodrigues se elegeu presidente da CBF como candidato
único em 2022 para um mandato de quatro anos. Mas houve vice-presidentes da CBF
que, na época, contestaram a assinatura do acordo com o MP.
A alegação –
contestada pela CBF – é que Ednaldo não poderia assinar o TAC porque era o
presidente interino e poderia se beneficiar de tal acordo para se candidatar em
seguida. Os vice-presidentes também reclamam que, com o TAC, perderam um ano de
mandato. Essas alegações serão julgadas nesta quarta-feira no Tribunal de
Justiça do Rio de Janeiro.
A oposição a
Ednaldo Rodrigues acusa que através do Programa de Apoio às Federações
estaduais de futebol, Ednaldo destinou até novembro uma verba extra de R$ 2,059
milhões à Federação Baiana de Futebol (fora os 11 repasses obrigatórios de R$
110 mil mensais a que todas as entidades estaduais têm direito).
É quase o
dobro do que foi direcionado a quatro federações que vem a seguir na lista de
beneficiadas. Além disso, seis federações nada receberam. Além de ter sido
presidente da Federação Baiana, Ednaldo é também concunhado do seu sucessor,
Ricardo Lima.