Reinaldo
Carneiro Bastos, atualmente presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF) vai
se candidatar para presidência da CBF. Ele se rebelou com a atual situação, que
estava tratando um acordo com a oposição, e agora lançou sua candidatura, por
conta da traição que recebeu.
Segundo
matéria do Ge.Globo, ele está ligando para aliados e eleitores para informar
que concorrerá à presidência da CBF. A posição está vaga desde a saída de
Ednaldo Rodrigues, destituído do cargo após decisão judicial no dia 7.
Reinaldo esteve alinhado a Ednaldo, inclusive, e foi uma das pessoas que tentaram frear o movimento por sua destituição, mas resolveu partir para um voo solo quando percebeu que o dirigente havia se aliado a Gustavo Feijó, ex-vice-presidente da CBF e até a última quarta-feira seu rival político.
Para
inscrever candidatura à presidência da CBF, é necessário ter o apoio declarado
de pelo menos cinco clubes e pelo menos oito federações estaduais. Pela
necessidade de oito aliadas e pelo peso de seus votos —, Reinaldo hoje está em
busca de alianças nessa área.
Como são 27
federações estaduais filiadas na CBF, se um candidato tiver apoio de 20 ou mais
federações, impede a chance de outras chapas de se inscreverem. No máximo, uma
eleição na CBF terá três candidatos.
O presidente
da federação paulista tem proximidade com dois grupos de dirigentes: os
presidentes de clubes de São Paulo, todos eles integrantes da Libra, e os
presidentes dos clubes que integram o Forte Futebol. Este último grupo tem se
mostrado favorável ao voto em bloco em Reinaldo.
Os clubes de futebol têm participação reduzida no sistema da eleitoral da confederação, entretanto. Segundo as regras que vigoram atualmente, as federações estaduais têm peso três, enquanto os membros da Série A têm peso dois, e os da Série B, peso um.
Para vencer
a eleição, Reinaldo precisaria ter todos os votos de clubes (60) e de pelo
menos quatro federações estaduais (12), para chegar aos 72 pontos que lhe
dariam a vitória.
Na
segunda-feira, os clubes paulistas que irão em 2024 jogar Séries A e B do
Brasileirão, se reuniram com seus presidentes e em nota afirmaram que ficou decidido
por unanimidade que caminhariam juntos em relação ao processo eleitoral da CBF,
visando um projeto moderno para o futebol nacional. Ainda informaram um desejo
de união de todos, federações e clubes, e da construção de uma liga única.
Ao destituir
Ednaldo Rodrigues no dia 7, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro nomeou o
então presidente do STJD, José Perdiz, como interventor da CBF, com a obrigação
de convocar eleições em até 30 dias úteis.
No último
dia 14, Fifa e Conmebol enviaram uma carta na qual não reconhecem Perdiz. As
entidades citam o artigo 64 da própria CBF, “no caso de vacância nas posições
da presidência, a única pessoa autorizada a representar a CBF e assumir as
tarefas de presidente interino é o diretor mais velho”. O atual diretor mais
velho é Hélio Santos Menezes, que acumula as diretorias jurídica e de
governança.
Fifa e Conmebol acrescentaram que enviarão uma comitiva ao Brasil em janeiro e informaram na carta que nenhuma eleição deve ser convocada até a visita das duas entidades.