O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro aceitou o pedido do Vasco e tirou o controle da SAF das mãos da 777 Partners. A decisão em caráter liminar é assinada pelo juiz Paulo Assed Estefan. Com isso, o futebol do Vasco volta a ser do clube, do associativo, e não mais da empresa que comprou a maior parte do controle do futebol do clube.
A decisão da 4ª Vara Empresarial suspende os efeitos dos contratos de acionistas e de investimentos da empresa, "de modo a suspender os direitos societários (políticos e patrimoniais) da 777, garantindo, cautelarmente, o controle da companhia ao autor, seu acionista fundador, com a imediata destituição ou afastamento dos conselheiros indicados pela 777 no Conselho de Administração da SAF e sua substituição por conselheiros indicados pelo Vasco”.
Os conselheiros indicados pela 777 são Josh Wander, Andres Blazquez, Donald Dransfield, Nicolas Maya e Steven Pasko. As outras duas cadeiras são ocupadas por Pedrinho e Paulo César Salomão, presidente e vice-presidente Geral do Vasco associativo.
O pedido do Vasco na ação que corre em segredo de Justiça se baseou no artigo 477 do Código Civil e levou em consideração as recentes notícias relacionadas à situação financeira da 777, que está sendo processada por fraude nos Estados Unidos.
Além da suspensão do efeito dos contratos, o juiz também nomeou uma empresa independente para elaborar laudo econômico-financeiro e investigar as operações contábeis denunciadas pelo clube na ação.
Desde que Pedrinho tomou posse, em janeiro deste ano, a relação entre clube e 777 piorou consideravelmente. O departamento jurídico da associação se movimentou com duas notificações extrajudiciais contra a empresa americana.
Numa delas, pedia garantias do aporte de setembro - o maior previsto em contrato, de cerca de R$ 300 milhões, com correção monetária.
Em outro, citava possível descumprimento da Lei das SAFs e do acordo de acionistas, em razão de possível troca de comando da empresa americana, de acordo com informações da ação de um fundo inglês contra a 777 nos EUA.
Nesta semana, o clube entrou com a ação que causou o afastamento da 777.
