A medalha de ouro do Brasil no vôlei de praia feminino foi na base da superação e garra. Ana Patrícia, parceira de Duda, jogou a competição toda com uma hérnia de disco.
PUBLICIDADE
A lesão começou há seis meses, segundo a campeã olímpica explicou logo após o pódio em Paris.
"Eu estou desde ontem virada sem conseguir dormir. E não sei nem se posso falar isso. Mas há seis meses estou brigando contra um hernia de disco, que está tirando meu sossego. Não sei, nos últimos três meses, qual foi a vez que eu consegui treinar mais de 40 minutos. Nos últimos dois, eu me questionava se devia vir (para as Olimpíadas). E a Duda dizia, 'Pat, você vai conseguir, vamos achar uma forma de dar certo'. Que bom que deu certo, que eu tenho ela, que me impulsiona para dar meu melhor. Uma de Espinosa (cidade em Minas Gerais, onde Ana Patricia nasceu), outra de São Cristóvão (Sergipe, onde Duda nasceu), então tínhamos que viver isso juntas", declarou.
Duda ainda revelou que mudou até a foto da tela de seu celular com uma imagem olímpica para reforçar a crença na conquista, de tanto que vinha sonhando com os Jogos e com a medalha.
“Desde que a gente se juntou, a gente sonhava (com a medalha olímpica). E aí quando classificamos, mais ainda. Eu não parava de agradecer, não parava de rezar. Até botei na capinha... na tela do celular, porque a gente desejou muito. É muito trabalho, luta, e deu certo”, declarou.
No vôlei de praia, o país chega a quatro títulos olímpicos. Antes, Jaqueline e Sandra Pires levaram o ouro em Atlanta 1996, Ricardo e Emanuel, em Pequim 2008, e Alison e Bruno Schmidt, nos Jogos do Rio 2016.
PUBLICIDADE
Outras medalhas – A sexta-feira foi ainda de mais duas medalhas. Isaquias Queiroz, com a cabeça em pé, o peito inflado e muita força nos braços, o maior atleta da história da canoagem velocidade do Brasil conquistou a sua quinta medalha olímpica, a prata no C1 1000m em Paris 2024.
O brasileiro cruzou a linha de chegada com o tempo de 3min44seg33, sendo superado apenas pelo tcheco Martin Fuksa, ouro, com 3min43seg16.
Isaquias se coloca assim ao lado de Robert Scheidt e Torben Grael na segunda colocação na lista de atletas brasileiros com mais medalhas olímpicas, com cinco. Eles estão atrás apenas de Rebeca Andrade que, com as quatro conquistadas nessa edição de Jogos Olímpicos, chegou a seis medalhas.
No atletismo, Alison dos Santos, o “Piu”, conquistou a medalha de bronze na final dos 400m com barreiras nesta sexta-feira, 9, nos Jogos Olímpicos Paris 2024. Com tempo de 47s26, ele ficou em terceiro para repetir o desempenho em Tóquio 2020, garantindo sua segunda medalha olímpica de bronze na carreira.
PUBLICIDADE
Campeão olímpico, o americano Rai Benjamin foi o único a correr abaixo dos 47s no Stade de France, fechando em 46s46. O norueguês Kasper Warholm ficou com a prata, com 47s06, apenas 0s2 à frente de Alison. Na prática, foi um pódio muito similar ao de Tóquio, com Piu em terceiro e as duas primeiras posições invertidas.
O resultado coroa a superação de Piu não só sobre os dez obstáculos e os adversários na pista, mas também sobre os desafios fora dela. Em 2023, o jovem de 24 anos teve que superar uma grave lesão no menisco lateral do joelho direito. Ele passou por uma cirurgia, que marcou seu ciclo olímpico, em fevereiro de 2023.