Paulista e São Bento estão cada vez mais próximos de se tornarem clubes-empresa. Ambos avançaram em diferentes etapas no processo de transformação em Sociedade Anônima do Futebol (SAF), mas enfrentam obstáculos significativos para sacramentar as mudanças. Enquanto o clube de Sorocaba aguarda movimentação do Conselho Deliberativo, o Galo de Jundiaí trava uma batalha financeira com um banco credor.
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No São Bento, a nova proposta de SAF permanece sem análise formal pelo Conselho Deliberativo. O documento foi encaminhado há mais de uma semana pela diretoria executiva, mas até agora nenhuma reunião foi realizada para discutir o tema.
A postura da cúpula beneditina tem sido mais cautelosa, após duas tentativas anteriores frustradas de concretizar o modelo empresarial.
Segundo o diretor de futebol Roni Zinkoski, a proposta está nas mãos do Conselho, que deverá seguir o trâmite estatutário.
Já o presidente do Conselho, Wilson Vieira, limitou-se a dizer que “não há novidades” sobre o tema, ao jornal Cruzeiro do Sul.
A indefinição reforça a estagnação do processo, mesmo com a diretoria demonstrando disposição em avançar com o modelo de SAF.
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Enquanto o São Bento patina internamente, o Paulista enfrenta um imbróglio financeiro com o Banco Fator, credor de cerca de R$ 60 milhões dos R$ 85 milhões de dívidas acumuladas pelo clube.
A Exa Capital, empresa que negocia a aquisição da SAF jundiaiense, já renegociou boa parte dos débitos e até quitou valores com ex-jogadores, mas o banco não tem mostrado flexibilidade, mesmo diante de propostas de pagamento que chegaram a R$ 20 milhões, segundo publicação do Jornal de Jundiaí, em abril deste ano.
A origem da dívida remonta a 2007, quando o Banco Fator investiu R$ 5 milhões no projeto Campus Pelé, que pretendia transformar o Paulista em um polo de formação de atletas.
O projeto não prosperou e, nos anos seguintes, o clube caiu da Série B para a D do Brasileiro. Documentos internos do clube apontam que o valor teria sido quitado em diversas formas, mas o banco ainda cobra os débitos baseados em debêntures.
Apesar do impasse, o clima é que a situação seja resolvida ainda neste ano. Os sócios do Paulista já aprovou a criação da SAF em outubro do ano passado, em uma assembléia.
Segundo apuração do Esporte Paulista com uma fonte ligado ao clube é que uma pessoa do setor jurídico do banco está dando uma complicada nas negociações, pois o restante do mesmo setor jurídico já aceitou a proposta da Exa.
Oficialmente dos 23 times que disputam a Copa Paulista, apenas três são SAFs na Federação Paulista de Futebol – Noroeste (Esporte Clube Noroeste SAF), Primavera (Primavera SAF) e São José (São José Esporte Clube SAF).
A competição tem uma agremiação que é S/A (Sociedade Anônima) – trata-se do Botafogo de Ribeirão (Botafogo Futebol S/A).
A competição ainda tem dois clubes-empresa: o São Caetano (São Caetano Futebol Clube Ltda) e o Paulista (Paulista Futebol Clube Ltda).