O primeiro ato da decisão da Série A do Campeonato Amador de
Jundiaí foi bem escrito pelo Grêmio Marlene. O time foi muito bem planejado por
Rodrigo Alves. Os atletas gremistas cumpriram à risca o que o seu treinador
pediu e o resultado foi uma vitória por 2 a 0, e aumentar a vantagem dentro da
série. Para o Estrela sobrou a bola nos seus pés, mas faltou capricho nas
finalizações e em alguns momentos até no último passe.
O Marlene foi traçado para atuar no 4-1-2-1-2, esquema que
consagrou Vanderlei Luxemburgo nos anos 90 e começo dos anos 2000,
principalmente com seus meio-de-campos que pensavam muito bem o jogo. Mas o
Grêmio no primeiro jogo teve uma outra proposta: contra-atacar. Chamar o Estrela,
roubar a bola na sua intermediária, e em poucos toques chegar ao gol
adversário. Foi assim no primeiro gol. Numa roubada de bola, Léo Soares colocou
Tiagão na cara do gol. E centroavante tendo apenas o goleiro na sua frente, não
perdoa. O segundo gol foi da mesma maneira. Saída rápida, com Alex França, que
sabe fazer uma assistência como poucos. Ele deixou Itamar de “frente para o
crime’, e no contrapé do goleiro rival sacramento o 2 a 0.
Outro ponto fundamental do Marlene foi que seu meio-campo
não ficou preso a ideia do losango, e muitas das vezes formavam uma pura linha
de 4, com Léo Soares e Alex Moraes (depois Henrique) marcando bem nas beiradas,
com Márcio Pit (e depois Alex França) e Umberto protegendo bem o centro. Pit
também foi o homem da puxada de contra-ataques. Em alguns momentos, Leandro
ajudava o Marlene na marcação do meio de campo, com Umberto sendo uma espécie
de líbero, jogando a frente da zaga. Também a importância tática dos laterais
gremistas é de se elogiar. Diego e Julinho (e Márcio Pit quando foi deslocado
para a esquerda) foi importante, já que eles se preocuparam em marcar, que é a
principal função de um jogador deste setor.
O Estrela teve problemas no meio-de-campo. O time quando
tinha a bola nos seus pés, tinha dificuldade na armação. Rodava de um lado para
o outro, mas não conseguia furar a forte retranca do time adversário. Faltou
velocidade, jogadores pelos lados que abrem mais a defesa. E “sem correria” uma
equipe que joga fechadinha tem menos desgaste, e tem menos preocupações durante
a partida. Para o Azulão faltou um organizador, o que chamamos de camisa 10.
Não necessariamente um meia-armador. Pode ser até um volante. No mundo do
futebol profissional, há grandes volantes que sabem pensar o jogo de trás
(exemplos: Pirlo e Falcão, para ficar em apenas dois). Talvez para o próximo
domingo, Mauro Peixoto terá que encontrar um jogador que consiga já de trás
pensar o jogo, observar os espaços vazios para os estreleses conseguiram
reverter o placar.
Com os 2 a 0, o Marlene colocam 65% na mão da taça. A
vantagem é considerável, mas no futebol quase tudo é possível. Eu já vi de
perto, o Estrela reverter uma situação ainda mais complicada, sair de um 0-4
contra o Jamaica, para igualar no agregado um 5-5, resultado que lhe foi
favorável e a seguir na competição de 2010. E será que o raio não pode cair
duas vezes no mesmo clube? A resposta, apenas no domingo, no Dal Santo, a
partir das 10h da manhã, e você está convidado a assistir o segundo ato da
decisão de pertinho ....
Até a próxima
Por Thiago Batista – criador e
responsável pelo Esporte Jundiaí / Foto: Thiago Batista