Thiago Batista: Marlene perfeito na tática. Estrela faltou capricho

28/11/2016 - 09:55

O primeiro ato da decisão da Série A do Campeonato Amador de Jundiaí foi bem escrito pelo Grêmio Marlene. O time foi muito bem planejado por Rodrigo Alves. Os atletas gremistas cumpriram à risca o que o seu treinador pediu e o resultado foi uma vitória por 2 a 0, e aumentar a vantagem dentro da série. Para o Estrela sobrou a bola nos seus pés, mas faltou capricho nas finalizações e em alguns momentos até no último passe.

O Marlene foi traçado para atuar no 4-1-2-1-2, esquema que consagrou Vanderlei Luxemburgo nos anos 90 e começo dos anos 2000, principalmente com seus meio-de-campos que pensavam muito bem o jogo. Mas o Grêmio no primeiro jogo teve uma outra proposta: contra-atacar. Chamar o Estrela, roubar a bola na sua intermediária, e em poucos toques chegar ao gol adversário. Foi assim no primeiro gol. Numa roubada de bola, Léo Soares colocou Tiagão na cara do gol. E centroavante tendo apenas o goleiro na sua frente, não perdoa. O segundo gol foi da mesma maneira. Saída rápida, com Alex França, que sabe fazer uma assistência como poucos. Ele deixou Itamar de “frente para o crime’, e no contrapé do goleiro rival sacramento o 2 a 0.

Outro ponto fundamental do Marlene foi que seu meio-campo não ficou preso a ideia do losango, e muitas das vezes formavam uma pura linha de 4, com Léo Soares e Alex Moraes (depois Henrique) marcando bem nas beiradas, com Márcio Pit (e depois Alex França) e Umberto protegendo bem o centro. Pit também foi o homem da puxada de contra-ataques. Em alguns momentos, Leandro ajudava o Marlene na marcação do meio de campo, com Umberto sendo uma espécie de líbero, jogando a frente da zaga. Também a importância tática dos laterais gremistas é de se elogiar. Diego e Julinho (e Márcio Pit quando foi deslocado para a esquerda) foi importante, já que eles se preocuparam em marcar, que é a principal função de um jogador deste setor.

O Estrela teve problemas no meio-de-campo. O time quando tinha a bola nos seus pés, tinha dificuldade na armação. Rodava de um lado para o outro, mas não conseguia furar a forte retranca do time adversário. Faltou velocidade, jogadores pelos lados que abrem mais a defesa. E “sem correria” uma equipe que joga fechadinha tem menos desgaste, e tem menos preocupações durante a partida. Para o Azulão faltou um organizador, o que chamamos de camisa 10. Não necessariamente um meia-armador. Pode ser até um volante. No mundo do futebol profissional, há grandes volantes que sabem pensar o jogo de trás (exemplos: Pirlo e Falcão, para ficar em apenas dois). Talvez para o próximo domingo, Mauro Peixoto terá que encontrar um jogador que consiga já de trás pensar o jogo, observar os espaços vazios para os estreleses conseguiram reverter o placar.

Com os 2 a 0, o Marlene colocam 65% na mão da taça. A vantagem é considerável, mas no futebol quase tudo é possível. Eu já vi de perto, o Estrela reverter uma situação ainda mais complicada, sair de um 0-4 contra o Jamaica, para igualar no agregado um 5-5, resultado que lhe foi favorável e a seguir na competição de 2010. E será que o raio não pode cair duas vezes no mesmo clube? A resposta, apenas no domingo, no Dal Santo, a partir das 10h da manhã, e você está convidado a assistir o segundo ato da decisão de pertinho ....

Até a próxima


Por Thiago Batista – criador e responsável pelo Esporte Jundiaí / Foto: Thiago Batista



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