Me decepcionei com a entrevista de Carpegiani, que seria
diretor técnico no Mengão e acabou virando treinador por conta da saída de
Rueda (há dias, eu disse torcer para o colombiano Reinaldo Rueda ser o Campeão
da Sulamericana por ter sido o artífice da ideia de dar o título da edição
passada à Chapecoense, mas suas declarações generalizando a imprensa como
culpada da “repercussão” da sua possível saída – que se concretizou – foram
ridículas, mostrando que o Flamengo acabou sendo “muito time” a ele, não
conseguindo dimensionar a força exata do clube carioca”).
Como jogador, ninguém contestará Carpegiani. Como treinador
do Flamengo Campeão Intercontinental de clubes, idem. Seu auge foi naquele magnífico
trabalho na Seleção Paraguaia de 98 na Copa da França, onde, sinceramente,
escolheria Gamarra como melhor atleta daquele Mundial.
Porém…
Cheguei a trabalhar em jogos do Carpegiani como treinador do
São Paulo, e me lembro de estar no Morumbi em um jogo contra o Gama em que ele
foi ridicularizado pelas alterações (para minha surpresa, pois ainda estava com
o trabalho dele na Copa do Mundo em minha cabeça). No Corinthians, virou
“professor Pardal”, sendo ironizado pelos atletas. E, ontem, no Flamengo, me
assustei ao vê-lo falando do seu trabalho de 35 anos atrás e comparando-o com
Zidane no Real Madrid atualmente. Completamente confuso, fora de nexo (assim
como na sua apresentação, dando a entender que se “aparecer um nome melhor”,
ele deixa de ser técnico).
Uma pena. Alguns dirão que ele foi bem no Coritiba e no
Bahia. Mas qual o parâmetro para tal avaliação? O que ele fez/ tem feito de
diferente e/ou revolucionário? Carpegiani é inteligente, mas praticamente era
um ex-treinador, pois estava cuidando do seu time-empresa no Rio Grande do Sul
e de suas adegas. Foi redescoberto e agora é a salvação?
Me parece que perdeu o timing em aceitar a nova realidade e
se transformar em cartola de fato. Paulo Autuori fez isso com maestria (há
quanto tempo ele não emplacava um bom trabalho?), Antônio Lopes idem, e Parreira
declinou dessa função. Boa sorte ao Carpegiani, mas acho que não terminará o
Campeonato Carioca como treinador do Rubro Negro.
