O atacante Robinho e o amigo Ricardo Falco foram condenados a nove anos
de prisão por violência sexual em grupo contra uma mulher albanesa em última
instância na Justiça italiana. O jogador não pode mais recorrer da decisão. A
audiência na manhã desta quarta-feira foi realizada em 30 minutos e contou com
apelação dos advogados do jogador brasileiro. Ele pode ter que cumprir a pena
em um presídio no país.
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O atacante ainda vai pagar indenização de 60 mil euros (cerca de R$ 372
mil) para a vítima de estupro coletivo. A defesa de Robinho disse após a
decisão da justiça que o jogador vai pagar a indenização sem precisar que a
vítima entre com processo civil no Brasil.
Com a pena confirmada, a Itália pode até pedir a extradição de Robinho,
para que o jogador cumpra pena no país europeu. No entanto, segundo a
Constituição de 1988, o Brasil não extradita brasileiros natos. A justiça da
Itália pode ainda fazer um pedido para que o jogador, que está sem clube,
cumpra a pena no Brasil. A decisão dependeria do Superior Tribunal de Justiça,
o STJ.
O jogador até já pode cumprir pena inclusive no Brasil, de acordo com o
Código Penal brasileiro, já que o crime cometido também é tipificado pela
legislação brasileira.
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O atacante de 37 anos vive uma vida tranquila entre as duas casas na
Baixada Santista: uma para o dia a dia, em Santos, e outra para lazer, no
Guarujá.
O Peixe ainda está perto de terminar de pagar uma dívida com Robinho da
época de Modesto Roma (2015/17). O valor total era de R$ 2,3 milhões e foi
renegociado para R$ 1,8 milhões. Falta pagar uma parcela de R$ 150 mil.
O caso
Durante a audiência final nesta quarta, um dos advogados de Robinho,
Franco Moretti, ficou responsável pela sustentação oral do recurso. Enquanto
isso, do Brasil, Robinho mantinha contato por um aplicativo de mensagens com
seus representantes na corte. A alegação usada foi de que a relação sexual
envolvendo a vítima e os réus foi de forma consensual. O advogado ainda tentou
usar pontos sobre a conduta da vítima, que estava presente na audiência. O
argumento foi utilizado em segunda instância e rechaçado pela corte.
Durante o caso, a defesa de Robinho tentou desqualificar a vítima,
exibindo fotografias ao tribunal onde a jovem ingere bebidas alcoólicas. Os
advogados do jogador mostraram um dossiê com imagens retiradas das redes
sociais da albanesa.
Ao todo, 42 fotos foram adicionadas ao processo. Ricardo Falco, também
condenado em segunda instância, deve seguir os passos de Robson. Após o martelo
decisivo da Corte de Apelação, as informações apontam que a defesa de Robinho
ainda tentará de recorrer em terceira instância - uma espécie de Supremo
Tribunal de Justiça do país.
Robinho havia sido contratado pelo Santos em outubro daquele ano, mas,
após pressão de patrocinadores e torcedores, o condenado em segunda instância
deixou o clube e disse que tiraria um tempo para estudar sua condenação.
Robinho e outras cinco pessoas foram condenadas em primeira instância,
na Itália, por violência sexual. Robinho chegou a ser um dos desfalques do
Istanbul Basaksehir contra a Roma, pela Liga Europa, em 2019. Como a partida
foi realizada na Itália, o brasileiro temeria o risco de ser preso, segundo
apontou o jornal espanhol "As".
O episódio pelo qual Robinho foi condenado ocorreu em 22 de janeiro de
2013. Os condenados foram acusados de abusar sexualmente, na saída de uma
boate, de uma mulher de 22 anos. Em 2017, Robinho foi condenado a nove anos de
prisão, apesar de afirmar que não teve "nenhuma participação" no
estupro.
Em áudios capturados pela Justiça do país durante as investigações, é
possível notar que Robinho assume ter feito sexo oral com a jovem. As conversas
foram com Ricardo Falco, outro condenado na ação.
Foto: Divulgação