O grupo de pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (FM-USP), apoiado pela FAPESP realizou, em parceria com a Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), estudo com atletas de alto nível, onde
se chegou a uma conclusão: os atletas de alto rendimento deveriam ter usado a
máscara nos Jogos Olímpicos nas disputas desportivas. A tese defendida no
estudo é que haveria uma perda mínima de desempenho.
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“Nesse estudo observamos que as máscaras não prejudicavam o rendimento.
Era apenas a percepção de esforço que aumentava: os atletas reclamavam do
incômodo provocado pela máscara, mas o desempenho não se alterava”, conta Bruno
Gualano, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
(FM-USP) e autor do artigo, em entrevista ao site do Governo do Estado de São
Paulo.
Nos Jogos Olímpicos poucos atletas usaram máscara durante as disputas
esportivas. No vôlei os casos foram mais frequentes, casos de Lucão e Macris,
da seleção brasileira.
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Gualano relata que os resultados do estudo foram publicados antes dos
Jogos Olímpicos de Tóquio. “Tendo em vista todos os prejuízos esportivos,
econômicos e organizacionais que decorrem da infecção de um atleta competitivo,
sugerimos na época que seria interessante pensar no uso de máscara durante o
treino, uma vez que o desempenho é pouco afetado; pode ser um trade-off
interessante”, diz.
O pesquisador explica que, de maneira geral, atletas de alto rendimento
não costumam apresentar quadros graves de covid-19. “Mas o risco não é zero.
Além disso, há o prejuízo do esporte, pois tem que isolar, testar contactantes
e recuperar o atleta, o que é uma perda imensa para o competidor e para a
equipe. Nos Jogos Olímpicos, vimos casos de atletas que perderam a competição por
terem se infectados. Com a nova onda na Europa e nos Estados Unidos, os casos
no esporte têm crescido substancialmente, e diversas ligas correm o risco de
serem paralisadas”, diz.
Foto: Divulgação – Time Brasil