Na noite
da última quarta-feira foi formado o novo conselho de administração, o popular
conselho deliberativo, do Paulista Futebol Clube. Algo muito importante na história
do clube. Em tese, pelo estatuto, ainda de 2006, é o conselho de administração,
que vai eleger o novo presidente do Paulista. 20 conselheiros com mandato
limitado, mais os conselheiros vitalícios possuem direto a voto. E é algo que
precisa ser mudado. Na minha visão, um clube de mais de 110 anos de história,
com uma torcida que sempre comparece aos jogos (os famosos mais de 1.000 fiéis)
não pode a escolha do seu novo presidente ficar restrita a menos de 30 pessoas.
É preciso uma atualização no seu estatuto e se modernizar. É preciso eleições diretas.
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Eleições
diretas nada mais é: a escolha do presidente, e das demais pessoas que farão
parte da diretoria executiva, precisa ser feita pelos associados do Paulista.
O número
atual ainda é pequeno de associados. Sim, é verdade, menos de 100 pessoas (92
segundo uma fonte me informou nesta quinta-feira). Mas é melhor que 90 pessoas
tenham direito a foto do que apenas 30.
Hoje nos
principais times do futebol brasileiro, que não são SAFs, a eleição para
presidente do clube é feita pelos associados da agremiação. A única exceção
entre os principais clubes é o São Paulo, que a eleição é definida pelo
conselho deliberativo – cerca de 250 pessoas aproximadamente.
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Pesquisando
clubes como Guarani, São José e São Bento a eleição para presidente é realizada
pelos sócios, em um ambiente democrático, onde situação, oposição, 3ª via, 4ª
via, 5ª via podem expor suas ideias e tentar convencer a grande maioria dos
associados para comandarem o clube pelo período determinado pelo estatuto.
Um
grande exemplo de clube que estava se afundando no futebol brasileiro por ter
eleições indiretas, ou seja, via conselho deliberativo, é o Vasco da Gama.
Teve até
polêmica na eleição de 2018, quando a chapa vencedora pelos sócios, na eleição
do conselho, a que vale, rachou, e o vice da chapa foi eleito presidente do
Vasco, no que para mim foi um verdadeiro golpe.
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Paulista
precisa se modernizar. Em 2019, o São José estava na ‘Bezinha’, como está hoje
o Paulista. O time do Vale não subiu naquele ano e o Galo subiu, mas caiu em seguida.
No ano seguinte, o São José realizou eleições, onde todos seus sócios votaram.
Eleição
que teve apenas um candidato: Celso Monteiro. E mesmo assim não foi uma eleição
unânime. Dos 83 sócios do São José na epóca, 71 foram, e tivemos 11 votos brancos
e um nulo. Isso é democracia. Isso é um clube aberto.
O
Paulista precisa se abrir. Na minha opinião, a principal missão do conselho de administração
(nome bonito que deram para conselho deliberativo) não é a de promover as
próximas eleições do Paulista Futebol Clube. E sim atualizar e modernizar o seu
estatuto, que é de 2006. E um estatuto, que na minha visão é um pouco confuso.
E claro, desatualizado.
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O
Paulista precisa “copiar” a base do estatuto como os grandes clubes do Brasil e
alguns clubes do interior que estão crescendo. Atualizar para eleições diretas.
Que todo sócio, dentro de uma série de regras, tenha direito a voto.
Um
estatuto atualizado, que todos podem acessar. Vou usar novamente como exemplo o
Vasco da Gama. Entrei na quarta-feira no site do Cruz-Maltino. E lá estava o
estatuto para qualquer um ler.
Do
Paulista, o site do clube está desde 2020 com a palavra “Estamos construindo um
novo site para você”. A informação tem
que estar disponível da melhor maneira e mais prática a todos.
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A
eleição não pode mais ficar restrita a menos de 30 pessoas. Pois hoje o Paulista pode ter menos 100
sócios. Mas se fosse um clube aberto poderia ter duas, três, ou até dez vezes
mais sócios.
O clube precisa se modernizar. O Paulista se abrir. O Galo de Jundiaí precisa ser abraçado por todos!
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Thiago Batista é jornalista e editor-responsável pelo Esporte Jundiaí. Trabalha desde 2006 na área, com passagens no Lance (Caderno do Interior – cobrindo o Paulista), Agência Bom Dia, Jornal da Cidade e Jornal de Jundiaí, Rádio Cidade Jundiaí, Rádio Difusora Jundiaí, TV Japi e TVE Jundiaí.