Por meio da Promotoria de Justiça da 36ª Vara Criminal, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) pediu, no último domingo, a condenação dos sete acusados pelo "crime de incêndio culposo" no Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo, em fevereiro de 2019. O acidente matou 10 pessoas, todos atletas do clube na base na época; e feriu outras 3 – também todos jogadores da base do Flamengo.
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Os denunciados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro são os seguintes:
- Antonio Marcio Mongelli Garotti - Diretor financeiro do Flamengo entre 2017 e 2020, entre as gestões dos presidentes Eduardo Bandeira de Mello e Rodolfo Landim
- Marcelo Maia de Sá - Diretor adjunto de patrimônio
- Claudia Pereira Rodrigues - Responsável pela assinatura dos contratos da NHJ
- Danilo da Silva Duarte - Engenheiro responsável técnico dos containers
- Fabio Hilário da Silva - Engenheiro responsável técnico dos containers
- Weslley Gimenes - Engenheiro responsável técnico dos containers
- Edson Colman - Sócio da Colman Refrigeração, que realizava manutenção nos aparelhos de ar condicionado
Na nota divulgada nesta segunda, o MP-RJ diz que "o episódio resultou na morte de dez adolescentes e em lesões corporais a outros três menores de idade".
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"Após longa instrução criminal, com a oitiva de mais de quarenta testemunhas, que perdurou mais de três anos após o oferecimento da denúncia, diante da complexidade do caso e a pluralidade de acusados, o MPRJ entendeu que o conjunto probatório angariado comprova plenamente a responsabilidade criminal dos denunciados que ocupavam cargos com ingerência na administração do referido CT, Antonio Marcio Mongelli Garotti e Marcelo Maia de Sá, dos acusados responsáveis pelos contêineres destinados ao alojamento dos adolescentes, Claudia Pereira Rodrigues, Danilo da Silva Duarte, Fabio Hilario da Silva e Weslley Gimenes, bem como do responsável contratado para realizar a manutenção dos aparelhos de ar-condicionado, Edson Colman da Silva.", justificou o Ministério Público do Rio de Janeiro.
No restante da nota o Ministério Público reverbera que o CT do Ninho do Urubu funcionava normalmente sem o alvará, ou seja, autorização do Corpo de Bombeiros. Além disso, o órgão também ressalta a falta de manutenção preventiva nos aparelhos de ar-condicionado do centro de treinamento, que ocasionaram as irregularidades elétricas que originaram o problema que ocasionou o incêndio.
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Por isso, o entendimento do MP-RJ é de que há responsabilidade criminal nos sete denunciados citados anteriormente. O órgão também afirmou que o "nefasto episódio, que ficou conhecido como 'a maior tragédia da história do Flamengo', poderia e deveria ter sido evitado".