Uma reportagem publicada pelo Ge.globo nesta terça-feira revelou que a gestão do ex-presidente do Corinthians, Duilio Monteiro Alves, utilizou dinheiro do clube para bancar uma série de gastos pessoais. Entre os itens pagos com recursos do Corinthians estão cervejas, roupas, produtos de supermercado e até remédios para disfunção erétil.
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Os gastos vieram à tona após a atual diretoria, comandada por Augusto Melo, iniciar uma auditoria nas contas do clube. Segundo o relatório preliminar, R$ 3,2 milhões foram desembolsados via cartão corporativo entre 2021 e 2023, período em que Duilio presidia o Corinthians. Uma empresa chamada C2F era a responsável por gerir os pagamentos.
De acordo com o Ge, a auditoria identificou a compra de mais de 1.300 latas e garrafas de cerveja, 498 energéticos, 58 garrafas de vinho e até uma compra em uma farmácia com a nota fiscal indicando a aquisição de um remédio para disfunção erétil. Todos esses itens foram incluídos como despesas pagas com verba do clube.
Os pagamentos também incluíam gastos com aplicativos de delivery, roupas de grife, supermercados, gasolina e refeições em restaurantes de luxo. O relatório ainda aponta que a maioria dos comprovantes de pagamento não tem a devida prestação de contas ou justificativa relacionada à atividade do clube.
A empresa C2F, que intermediava os pagamentos, teria vínculo direto com funcionários ligados à gestão Duilio. O presidente Augusto Melo pretende acionar a Justiça e os órgãos fiscalizadores para responsabilizar os envolvidos. A atual diretoria também estuda mudar a estrutura de controle de gastos para evitar novos escândalos.
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Duilio Monteiro Alves não comentou oficialmente as denúncias até o momento da publicação. A matéria do Ge.globo destaca que, internamente, a gestão anterior teria considerado alguns dos pagamentos como "rotina administrativa", sem reconhecer o caráter pessoal de boa parte das despesas.
O caso agrava ainda mais a crise institucional do Corinthians, que já vinha enfrentando problemas financeiros e escândalos administrativos nos últimos meses. A divulgação do relatório pode gerar ações judiciais e novas investigações internas sobre o uso do dinheiro do clube.