A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia do Ministério Público e tornou réus o presidente afastado do Corinthians, Augusto Melo, os ex-dirigentes Marcelo Mariano e Sérgio Moura, além do empresário Alex Cassundé, por associação criminosa, lavagem de dinheiro e furto. Também foram denunciados os empresários Victor Shimada e Ulisses Jorge por lavagem de dinheiro. O Ministério Público pede indenização de R$ 40 milhões ao clube e o bloqueio de bens dos envolvidos.
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A investigação teve início em 2024, após suspeitas no contrato de R$ 370 milhões com a casa de apostas VaideBet. A empresa Rede Social Media Design, ligada a Alex Cassundé e contratada por Melo em sua campanha, teria intermediado o acordo e recebido R$ 1,4 milhão, valor que depois foi transferido para empresas de fachada.
Parte do dinheiro acabou em uma agência ligada a Ulisses Jorge, apontada como próxima ao PCC.
Segundo o Ministério Público, os recursos foram desviados por um esquema de empresas fantasmas, com repasses não autorizados por setores internos do clube.
O rompimento do contrato com a antiga patrocinadora Pixbet e os valores pagos à empresa de Cassundé teriam causado um prejuízo de R$ 40 milhões ao Corinthians.
A VaideBet rescindiu o contrato em junho de 2024 ao acionar cláusula anticorrupção.
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Apesar do indiciamento da Polícia Civil, o ex-diretor jurídico Yun Ki Lee ficou fora da denúncia. A promotoria alegou dúvidas sobre sua intenção dolosa ou mera omissão. Com a denúncia aceita, o processo criminal segue para a fase de instrução, com depoimentos, coleta de provas e eventual julgamento.
Os acusados negam as acusações. A defesa de Augusto Melo criticou a denúncia por ser “genérica e pouco fundamentada”, e afirmou confiar na absolvição. Sérgio Moura e Marcelo Mariano também repudiaram as imputações. A empresa UJ Football, que recebeu parte do dinheiro investigado, classificou a acusação como absurda e negou qualquer ligação com os demais envolvidos.