Depois de oito anos instalado em Barueri, o Oeste Futebol Clube enfrenta um novo capítulo turbulento na sua centenária história. A prefeitura de Barueri notificou o clube para desocupar o centro de treinamento da Vila Porto até o dia 30 de agosto, encerrando oficialmente a cessão do espaço, que passará a abrigar um hospital veterinário ou outro serviço de saúde pública. Sem um local próprio para treinar ou jogar, o Rubrão corre o risco de ficar “sem casa” a partir de setembro, segundo informação do Ge.Globo.
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O clube alega desconhecer a ordem de desocupação, embora ela tenha sido publicada oficialmente no Diário Oficial de Barueri no dia 12 de julho. Caso não cumpra o prazo, a administração municipal promete acionar a Justiça para retomar a posse do imóvel.
Mesmo com o fim do apoio político, o Oeste não pretende sair de Barueri neste momento, mas já observa possíveis alternativas como Santana de Parnaíba e Osasco.
A saída do clube da Arena Barueri já foi consumada. Desde fevereiro, o Oeste não joga mais no estádio, após o término do antigo acordo que permitia o uso gratuito do espaço. Com a concessão da arena à empresa da presidente do Palmeiras, Leila Pereira, o Rubrão passou a ser cobrado por custos operacionais – valores que o clube considerou inviáveis, como os R$ 18 mil de prejuízo registrados em seu último jogo no local.
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Na tentativa de manter a temporada viva, o time tem atuado em Osasco, no estádio José Liberatti, sem pagar aluguel. Contudo, o desconforto é crescente. O uniforme já não exibe o nome “Barueri”, e sim as cores da bandeira de Osasco – vermelha, verde e branca.
A prefeitura local, porém, nega qualquer intenção de abrigar o clube, e o estádio já é compartilhado por Grêmio Osasco e Osasco Audax – o que inviabilizaria, segundo o regulamento da Federação Paulista, um novo registro para o Oeste no local.
A Federação Paulista de Futebol permite apenas dois times registrados em uma mesma cidade e estádio. Neste caso, Grêmio Osasco e Osasco Audax compartilham as instalações do José Liberatti.
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A trajetória do Oeste é marcada por mudanças. Fundado em Itápolis em 1921, o clube se transferiu para Barueri em 2017 alegando falta de estrutura e apoio municipal. No entanto, o crescimento sonhado na região metropolitana não se concretizou. Após a melhor fase entre 2012 e 2020, quando disputou oito edições da Série B do Brasileirão, o Rubrão foi rebaixado em série e hoje está fora do calendário nacional.
A crise financeira se agravou a ponto de o clube entrar com pedido de recuperação judicial, aprovado em maio, com dívidas que chegam a R$ 3 milhões.
Em 2019, o Oeste quase teve um novo dono e uma nova cidade. Em busca de um clube de São Paulo com vaga na elite estadual e na Série B do Campeonato Brasileiro, a Red Bull negociou a compra do Rubrão.
A oferta na época girava em torno de R$ 45 milhões e só não foi finalizada pela intenção da empresa de energéticos de levar o time para Jundiaí. No fim, a Red Bull acabou adquirindo o Bragantino. O Oeste foi rebaixado duas vezes no ano seguinte.
O Rubrão pediu recuperação judicial neste ano e trabalha para elaborar um plano de pagamento das dívidas que giram em torno de R$ 3 milhões, entre ações cíveis e trabalhistas. E o seu futuro ninguém sabe o que vai ocorrer.
