Aqui no
Brasil, quando se fala em “dono de clube de futebol”, imediatamente vem a ideia
preconceituosa de que existe apenas o interesse financeiro. São poucos os que
pensam em uma administração esportiva profissional visando o também o lucro
(como os clubes esportivos que não são empresas também almejam).
O Audax de
Mário Teixeira era Pão de Açúcar do Abílio Diniz, e da 5a divisão foi ao
vice-campeoanto paulista da 1a divisão em pouco tempo. Idem a trajetória de
sucesso do Red Bull Brasil.
Aliás, os
esforços em um trabalho sério e calcado num agressivo marketing são marcas do
“Toro Loko” em nosso país. O fabricante de enérgico mundialmente famoso atua na
Fórmula 1, em provas aéreas e outros esportes, penando ainda pela falta de
numerosos torcedores, embora, sejamos justos, tem sido simpático à Campinas,
onde manda seus jogos.
Já na
Alemanha, em Leipzig, cidade da antiga Alemanha Oriental, o Red Bull chegou à
1a divisão da Bundesliga e sofre total rejeição. O time-sensação do Campeonato
Alemão é vaiado quando joga como visitante pelo fato de… ter dono! A Federação
Alemã também proibiu o nome Red Bull e ele tem que jogar como RB Leipzig
(RasenBallsport Leipzig).
Já na
Inglaterra, os donos dos clubes são americanos, chineses, tailandeses, russos,
malaios… e funciona muito bem. Ou vamos negar o sucesso da Premier League?
Qual é o
problema, cá entre nós, de um clube ter dono? Vejam o que os clubes
associativos viveram com Mustafás, Aidares e Dualibs da vida…
Por Rafael Porcari – Ex-árbitro de
futebol profissional e comentarista de arbitragem da Rádio Difusora