O técnico
Bruno Lage colocou seu cargo à disposição à diretoria do Botafogo após a
derrota para o Flamengo por 2 a 1, neste sábado, no Nilton Santos. Isso mesmo.
O treinador do Fogão no fim da entrevista coletiva, de uma única pergunta
colocou o cargo a disposição. Porém ainda na madrugada deste domingo ficou definido
que o treinador segue no clube, de acordo com a diretoria do clube e da SAF que
comanda o futebol do Fogão.
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O comandante
afirmou que “aguenta a pressão da torcida”, mas que não admite que isso recaia
sobre os jogadores do elenco. Após falar por 10 minutos, o português deixou a
sala de entrevista coletiva sem responder outras perguntas.
Bruno Lage
chegou ao Botafogo em julho e comandou a equipe em 12 partidas desde então: são
quatro vitórias, seis empates e duas derrotas. No meio de semana, a equipe foi
eliminada nas quartas de final da Sul-Americana após derrota para o Defensa y
Justicia por 2 a 1, na Argentina. No Brasileirão, são três vitórias em sete
jogos sob a batuta do técnico português.
Logo ao deixar
a sala de entrevista após um pronunciamento de 10 minutos, Lage foi abordado
por André Mazzuco, diretor de futebol, e Alessandro Brito, Head Scout do clube.
O técnico teve uma conversa franca com os profissionais e John Textor, na qual
ficou decidida a sequência do trabalho.
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Dono da SAF
alvinegra, John Textor, participou por telefone da conversa, que durou
aproximadamente 20 minutos.
A diretoria
reforçou a confiança no treinador escolhido para substituir também português
Luís Castro, em junho. As lideranças do elenco também procuraram o técnico e se
colocaram em apoio ao mesmo.
Capitão da
equipe, o lateral-esquerdo Marçal defendeu publicamente o treinador minutos
após Lage colocar o cargo à disposição.
“Acredito
que não tem desconfiança nenhuma. O Bruno tem feito um trabalho excepcional, o
grupo tem total confiança nele, agora é olhar para frente. Ele está acostumado
à pressão, foi treinador do Benfica, onde são só dois ou três clubes
trabalhando para serem campeões. É um treinador que sabe lidar com isso, não
tem pressão nenhuma. O Bruno é top”, disse.
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Bruno Lage declarou
o seguinte na coletiva (dividimos o texto da fala, em quatro partes): “Vou
falar o que falei durante a semana. Eu não disse que o Botafogo não havia feito
jogos nas quartas e sábado. O que disse e repito, com toda convicção, é que se
o adversário jogasse na quarta-feira, esse jogo seria realizado amanhã. Isso
não tem nada a ver com o fato de ter três dias (de intervalo). O segundo ponto
é que tenho analisado recentemente, tenho visto tantas coisas, decisões pelo
VAR, e hoje, estranhamente, os gols do adversário mereciam uma revisão. Para
ser analisados e vistos. O primeiro estava fora de jogo (impedimento), não fez
o gol mas estava na jogada. Já vi lances muito semelhantes nesta situação. O
outro, com falta clara sobre o Tchê Tchê, e saiu o segundo gol”, comentou inicialmente.
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“Eu quando
vim para cá, uma das coisas que tenho de experiência de vida, é olhar para o
todo, de tudo que a equipe tem a fazer e como posso melhorar. E ter a
experiência dos jogadores, seu percurso tem sido brilhante. Aquilo que fomos
conversando, com os mais experientes, era que poderia ser uma equipe que
controlasse mais o jogo, com passes mais a frente para sermos mais pressionastes.
É nesse caminho que estamos construindo. Me diga um jogo, desde que estou, que
tive todos jogadores disponíveis. São opções. Dizer que a equipe não ganhou por
essas decisões é rasa. Fez um bom jogo,
fomos melhores que nossos adversários, fizemos um gol contra. Se fosse ao VAR,
não seria validado. Tivemos a coragem de ir ao resultado, empatamos e mais
várias oportunidades para marcar. Na segunda oportunidade, teve a falta em Tchê
Tchê. JP foi bem no duelo com o Bruno Henrique. Senti evolução muito boa, fez
um bom jogo sólido”, declarou.
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“Tenho sido
questionado em tudo desde o primeiro dia. Desde a primeira pergunta, que foi: o
Botafogo já está campeão. Aguento a pressão de forma tranquila. Vai haver
sempre a questão do Bruno Lage está a fazer. As pessoas estão a apontar do meu
percurso como treinador do Botafogo. Eu vim porque o treinador que estava aceitou
outro projeto e saiu daqui já como campeão. Assim como os torcedores. Sinto que
já estão como campeões. E já quiseram encontrar um indivíduo caso não seja
campeão. Isso é fácil. Eu aguento a pressão. Estava convencido e sabia disso. Tive
séries de vitórias e recordes no Benfica. Pelo que me disseram, tive a melhor
série em 10 jogos. Eu sinto que fui muito desejado, sinto que fui escolhido. A
pressão que cai sobre mim, eu aguento facilmente, mas a pressão como
consequência de olharem só para mim, não é necessária para nossos jogadores”, declarou
em uma terceira parte do longo discurso.
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“O que
nossos jogadores fizeram para bater todos os recordes e chegarem a 50 pontos.
Aconteceu, tivemos a derrota. Quando cheguei, tivemos empates fora e vitórias
em casa, aumentando a vantagem, mas não foi suficiente. Sinto que a pressão
sobre mim é tranquila, mas sinto que só olharem para o meu percurso, é uma
grande pressão sobre os jogadores. Isso eu não admito. Só há uma forma de
libertá-los dessa pressão. Pensei muito, e meu cargo está à disposição do
diretor e do presidente. Tenho contrato até dezembro, é muito dinheiro, prêmios
praticamente garantidos, mas eu não tenho problema de abdicar disso. O que não
posso permitir é que a pressão exercida sobre mim seja exercida sobre os
jogadores. É isso que tenho a dizer. Meu cargo está à disposição de quem manda,
sem qualquer outra coisa a dizer. Boa noite”, finalizou, indo embora da sala de
imprensa do Nilton Santos.
Foto:
Divulgação - Vítor Silva / Botafogo
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