Faleceu
nesta sexta-feira, aos 56 anos, o bicampeão da F-Indy em 2000 e 2001, o brasileiro Gil de Ferran.
Vencedor das
500 milhas de Indianapolis de 2003, ele morreu nesta tarde na Flórida. Teve uma
parada cardíaca em um evento.
Gil sofreu a
parada cardíaca entre 14h e 15h do horário local (entre 17h e 18h em Brasília,
GMT-3) enquanto guiava um carro no Concours Club, uma pista privada localizada
em Opa-locka, na Flórida, que fica a 25 minutos do centro de Miami.
Ele estava
acompanhado do seu filho Luc no momento que o pior ocorreu. Gil chegou a parar
na entrada dos boxes. O apoio demorar a aparecer, já que não houve acidente.
Amigo e piloto de GT, Ozz Negri também estava no local.
Nascido em
Paris, por ser filho de um engenheiro francês, Gil de Ferran se mudou para o
Brasil com apenas quatro anos de idade, e iniciou a carreira no esporte a motor
pelo kartismo, ainda na adolescência. E sempre competiu pela banceira
brasileira.
Competindo
na Europa, foi subindo a escada do automobilismo e chamou a atenção pelo título
de 1992 da Fórmula 3 Inglesa.
Em 1993,
chegou a participar de testes na F-1 pela Footwork, equipe pequena no grid na
epóca. Competindo pela Fórmula 3000 Internacional, foi terceiro colocado na
temporada 1994.
A partir de
1995 começou a sua grande carreira de sucesso no automobilismo americano,
especialmente na F-Indy.
Logo na
temporada de estreia, em 1995, conquistou uma vitória na corrida final do ano,
em Laguna Seca pela Hall/VDS, e recebeu o prêmio de novato da temporada.
Venceu mais
uma prova pela Hall/VDS, em Cleveland, em 1996 e depois se transferiu para Walker
Racing em 1997, onde ficou três temporadas. No primeiro ano na Walker foi
vice-campeão da F-Indy, mesmo sem ganhar uma prova, mostrando a sua
regularidade (colecionou dois segundos lugares e cinco terceiros). Em 1998,
foram dois pódios apenas. Na temporada seguinte, venceu sua única prova pela
Walker, em Portland.
Sua regularidade
chamou atenção da Penske, a equipe mais famosa da F-Indy (que na época chamava
Fórmula Mundial, por conta da cisão Cart e IRL).
E com seu
talento, mesmo não tendo o melhor carro do grid, conquistou os Estados Unidos.
Em 2000 foram duas vitórias e sete pódios (dois segundos e três terceiros), e
um terceiro lugar em Fontana na etapa final lhe garantiu o 1º título da F-Indy.
Temporada seguinte
brilhou de novo. Com duas vitórias, nas últimas cinco etapas, e totalizando
oito pódios em 21 etapas (três segundos e três terceiros), novamente foi
campeão.
Faltava a
cereja do bolo. Bateu na trave em 2001, quando foi 2º nas 500 milhas de
Indianapolis, perdendo para Hélio Castroneves. Após frustrante 10º lugar em
2001, na sua última tentativa veio a consagração. E em grande estilo. Vitória
nas 500 milhas em um pódio 100% brasileiro: Gil de Ferran em 1º com seu Penske,
Hélio Castroneves também de Penske em 2º e Tony Kannan com seu Andretti em 3º.
Pódio que depois viria ser com três dos quatro pilotos brasileiros vencedoras
da prova mais importante do automobilismo mundial.
Gil de
Ferran ainda competiu na LeMans Series Americana em 2008 e 2009 com sua própria
equipe, sendo vice-campeão na temporada de 2009, onde obteve 5 vitórias.
Mesmo com
uma aposentadoria considerada precoce, aos 36 anos, seguiu no esporte a motor
de forma executiva. Em 2005, assumiu a posição de diretor esportivo da BAR, na
Fórmula 1, cargo que deixou em 2007.
Gil voltaria para a cena do automobilismo em 2018, anunciado pela McLaren como novo diretor esportivo após a saída de Eric Boullier. Ele permaneceu no cargo até 2021. Desde maio, estava de volta na equipe de Woking como consultor.