--- Foto: Edivaldo Santos / Paulista FC --- |
No próximo sábado, a partir das 15h, o Paulista vai voltar a encontrar o Colorado, no Jayme Cintra, agora pela 3ª rodada da fase de grupos da ‘Bezinha’. O time de Caieiras já é um adversário que o torcedor do Galo está com um ‘nó’ na garganta, muito em virtude do último encontro. Jogando com dois atletas a mais por 30 minutos, o Tricolor acabou sendo superado pelo rival por 2 a 1, em jogo que praticamente selou o destino do Galo de estar em 2024 no 5º nível do futebol paulista.
Enquanto a comissão técnica trabalha para que ocorreu no ano passado não entre dentro das quatro linhas, mas principalmente não possa se repetir em situações como ter dois jogadores a mais não conseguir a vitória, para imprensa e torcida, o resultado do ano passado trouxe muitas reflexões e lições, até mesmo como deve o time ser apoiado em momentos como esse.
“Esperamos que nós torcedores tenha realmente aprendido que nesse tipo de situação sirva para mostrar que o jogo deve ser encarado com seriedade independente da fragilidade do rival ou momento. O fato é que se a oportunidade vem, essa eve ser aproveitada para não dar chance de um susto maior no decorrer do jogo. E a lição que cabe ao nosso torcedor da arquibancada é dar o apoio, trazer a boa energia que vem da nossa esperança que nunca nos abandona ano após ano em querer ver nosso Galo rebuscar o seu melhor novamente”, conta Robson Mambrini, um dos 1.200 torcedores que estiveram presentes naquele jogo.
“E a torcida também pôde aprender que mesmo tendo vantagens, um jogo de futebol tem alguém que sair como vencedor ou empate. Visto que alguns jogos antes ou até mesmo o jogo anterior desse o Paulista de uma vitória de 4 a 3 do Rio Branco, após estar perdendo por 3 a 0. E os torcedores na hora tiveram isso em mente quando tomou o primeiro gol seria um jogo de emoção como foi o do Rio Branco, mas infelizmente foi uma tragédia”, lembra Daniel Teixeira Monteoliva, que também esteve presente no estádio naquele dia.
Para outros torcedores presentes aquele dia, a derrota no ano passado, é um dos piores jogos da história do Paulista em todos os tempos.
“Aquele jogo diante do Colorado, na minha opinião, foi a pior partida da história do Galo. Jogando boa parte do tempo com dois jogadores a mais e conseguimos ter a proeza de perder para o ‘poderoso’ time de Caieiras, ali foi sacramentado o nosso rebaixamento”, lembra Vinicius de Souza Campos, o Vinão, um dos diretores da Gamor, uma das torcidas organizadas do clube. “Ninguém lembra da goleada sofrida do Galo contra o Fortaleza por 6 a 1 nas (semifinais da) Série B do Brasileirão de 2002. Mas esta derrota para o Colorado vai ficar marcada para sempre”, completa.
Para os torcedores que conversam na reportagem, uma vitória no sábado, sobre o Colorado, não vai enterrar o que ocorreu no ano passado.
“Enterrar não diria, pois o Paulista perdeu para si naquele dia fatídico. O Caieiras foi mero coadjuvante do nosso fracasso, da nossa impotência em campo. E como a máxima do futebol diz: quem não faz leva! Mas como praticamente tudo é diferente este ano tirando as agremiações que irão se enfrentar a proposta é de seriedade, objetividade e encarar cada jogo como uma final”, diz Robson Mambrini.
“Sem dúvidas, ganhar é sempre bom e motiva ainda mais os jogadores, trás confiança e afasta as lembranças, porém acho que sempre vamos lembrar desse jogo”, conta Gabriel Palhari, que esteve presente no Jayme Cintra naquele dia.
“Eu particularmente creio que não vai enterrar aquele jogo. Não deve-se enterrar o jogo pra gente usar sempre derrotas como experiência para os próximos jogos”, diz Daniel Teixeira Monteoliva.
Quem transmitiu aquele jogo e teve que relatar para os seus ouvintes toda a emoção (negativa para os jundiaienses) também saiu com sentimento de frustração das cabines de Jayme Cintra. “Foi um sentimento de frustração porque o Paulista tinha tudo pra fazer o resultado aquele jogo, ficar tranquilo na chave e se classificar naquela ocasião não ficar fora como acabou ocorrendo”, contou Rafael Mainini, narrador da Rádio Difusora, que transmitiu aquela derrota do Paulista.
Mesmo sentimento teve Gabriel Palhari, que ficou triste em ver torcedores símbolos naquele dia irem as lágrimas com uma das derrotas mais doídas da história do clube. “Estava arrasado já que a derrota decretou nossa queda (para o 5º nível). Tenho apenas 22 anos e como torcedor foi um dos momentos mais sofridos. E principalmente olhando pro lado na arquibancada e ver ídolos da torcida como o senhor (Luis Carlos) Picollo em lágrimas”, lembra.
Um dos personagens daquele jogo foi Thomas Lamin. Camisa 10 do Galo na 1ª rodada, ele estava do lado oposto pelo time de Caieiras. E foi um dos dois jogadores expulsos. E lembra de todos os detalhes sobre o que passou naquele jogo.
“Minha maior lição que eu tiro ali foi em disciplina. Foi um jogo bom para o time que eu estava, o Colorado. Eu acabei sendo expulso e acabamos jogando com dois a menos. Mas a maior lição que eu tiro é o respeito e a disciplina ali daquele jogo”, comentou o meia-armador.
Jogo mental
A ‘Bezinha’ como é conhecida a competição tem muito da parte menta nos jogos. Especialmente por ser uma competição que limita a participação de atletas até 23 anos. “Eu acho que prevalece mais o emocional no sub-23 (caso da ‘Bezinha’) do que nas competições de idade livre. Jogo de A4, A3 e A2 é mais técnica e tático. Sub-23 inda traz espirito de sub-20 e categoria de base, mas você tem que ter também a disciplina tática e você não pode abrir mão disso não”, conta Rafael Mainini.
“Eu nem vou falar na divisão, mas sim no cenário do Paulista nos dias de hoje. Eu venho de um clube que estava nessa divisão ano passado e que tem zero pressão. Tem os da gritando, torcendo. O Edmílson tem até um certo nível de crítica, porém é muito mais preocupado na formação do atleta, do que propriamente no resultado final. Então, eu acho que o cenário do clube, onde esta e onde chegou, sobra para nós essa responsabilidade. Então influi muito. Já começamos falar sobre que temos que que apertar o passo e sair na frente e fazer o gol mais cedo possível para poder ter a torcida com a gente porque não sabemos onde está a tolerância do torcedor jundiaiense. Agora em relação a competição eu acho que varia muito exatamente por questão de cenário. Se o cara está lá trabalhando e jogando no Mauá, não menos prezando pelo amor de Deus, o atleta vai com um tipo de responsabilidade. Aqui no Paulista comento sempre que até chegar na érie A2 pelo menos nós somos sempre o gigante e isso tem um peso”, comenta Fausto Dias.
“Acredito que na Bezinha os jogadores mais técnicos e habilidosos se sobressaem, mas no meu modo de ver é um campeonato que exige mais raça e vontade dentro de campo. Tem que jogar sério, sem firula, pois a maioria dos gramados da divisão não permite isso. A questão mental também é muito importante, principalmente nesta divisão que é sub-23, se a ‘molecada’ não estiver focada e comprometida o objetivo vai por água abaixo”, lembra Vinicius de Souza Campos.
“Na minha opinião é mais uma mistura, mas o time ter uma boa mentalidade é essencial. inda mais aqui no Paulista onde o time nem estreou e já tinha gente criticando. E também ter um jogo tático e técnico, aquele famoso feijão com arroz bem feito, para ser campeão na Bezinha não é apenas sorte, tem que haver competência”, diz Gabriel Palhari.
Para sábado, Thomas Lamin espera que a chamada Lei do Ex esteja em favor do Paulista, no Jayme Cintra. “O meu foco é o Paulista e com certeza tem uma lei do ex né. Porque agora o que importa é a vitória do Paulista é o bem-estar do Paulista e este é o meu foco”, diz.
O treinador Fausto Dias espera que o que ocorreu no ano passado, nem entre em campo no jogo deste sábado. Para ele cada jogo tem uma história diferente a ser escrita. “A gente escuta muito falar (sobre o jogo contra o Colorado) e eu acho que não tem nada que interfira. É outro trabalho, é outra conduta e podemos usar a parte negativa daquele dia até como motivação”, diz.
Fausto diz que cenários como que ocorreram a favor do Paulista ou contra o Colorado no ano passado, ocorrem sempre nos treinamentos que ele comanda com o elenco do Galo. “Eu faço esses cenários constante. Eu tenho a cada quinze dias um onze contra oito, ou um dez contra oito. E aí eu coloco na parte ofensiva o que tem superioridade. A gente vai buscar os caminhos, como infiltração, de como fazer e mexer os caras e realmente aproveitar a superioridade. E se tiver o time com jogador a menos detectar o ponto forte e fraco dos rivais para gente igualar e poder no mínimo não tomar o gol”, diz.
O comandante do Tricolor lembra que durante a pré-temporada em um dos jogos-treinos ele viveu a situação de jogar com aletas a menos. “Há pouco nós fizemos um jogo entre nós e teve uma expulsão. E foi um jogo-treino que a gente trouxe um árbitro E a gente manteve o jogador a menos, não fiz troca de propósito e a gente conseguiu fazer um gol na equipe que supostamente tinha um atleta a menos”, conta.
“Vai ser o primeiro jogo do Paulista em casa, e já é um outro campeonato. É bom respeitar o Colorado, porque eles começaram bem a competição. É um outro jogo completamente diferente do ano passado, que foi um fiasco pelas circunstâncias. Mas o jogo do próximo sábado é diferente, pois é outro grupo e outro treinador. É um outro contexto para mim especificamente e não tem muito a ver não um jogo com o outro”, lembra o narrador da Rádio Difusora, que estará no sábado transmitindo a partida.
Ingressos
Já estão à venda os ingressos para a estreia do Galo em casa na ‘Beiznha’ do Paulistão, contra o Colorado, no sábado, às 15h. A partida é válida pela terceira rodada da competição.
Os ingressos terão o mesmo valor em relação ao ano passado e podem ser adquiridos pelo site https://paulista.soudaliga.com.br .
Arquibancada
R$ 20,00 | Inteira
R$ 10,00 | Meia-entrada
Cadeira Coberta
R$ 40,00 | Inteira
R$ 20,00 | Meia-entrada
Ingressos Visitante
R$ 20,00 | Inteira
R$ 10,00 | Meia-entrada
As vendas físicas no estádio Jayme Cintra serão abertas apenas na semana da partida. De acordo com regras da Federação Paulista de Futebol, todos os ingressos devem ser nominais e com CPF, o que pode gerar longas filas na compra dos bilhetes no dia da partida.