Dudu comandou o Paulista na divisão de elite em 1985. E enfrentou o ‘seu Palmeiras’

Olegário Tolói de Oliveira, o Dudu, ex-jogador que fez história no futebol brasileiro, especialmente no Palmeiras, esteve em Jundiaí como treinador. Ele comandou o Galo em 1985, na divisão de elite do Paulistão. E chegou a encarar o clube no qual era ídolo.

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No Tricolor jundiaiense foram 16 jogos com Dudu como treinador com 6 vitórias, 4 empates e 6 derrotas.

Um destes jogos, ocorreu no Jayme Cintra. Em 15 de setembro de 1985, o Paulista enfrentou o Palmeiras. Dudu comandando o Galo ajudou o time a segurar o Verdão por 1 a 1. Renato fez o gol do Galo, enquanto Marcio Alcântara fez o gol do Verdão. 

O jogo ficou marcado pela expulsão de outro craque do futebol brasileiro: Mário Sérgio Pontes de Paiva, que depois seguiu uma carreira como Dudu – foi treinador (Mário Sérgio faleceu no acidente aéreo da Chapecoense, em 2016).

Os 11.903 presentes no Jayme Cintra naquele dia, ainda viram o Palmeiras ter atleta expulso pelo árbitro Eduardo Alves Ferreira – atacante Joaozinho. 

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Adilson Freddo, repórter do dia-a-dia do Paulista na epóca, lembra como ocorreu a saída de Dudu do clube – ele foi demitido após a derrota do Galo para o Marília por 1 a 0, em Jundiaí (3 de novembro de 1985) – e antes do confronto do Galo com a Ponte Preta (Vail Mota assumiu o comando, em jogo que terminou 1 a 1, em 10 de novembro).

“Nesse ano de 85, o Paulista quase caiu, lutava para não ser rebaixado e perdeu do Marília por 1 a 0 em Jayme Cintra, um gol do Campos, centroavante que foi o primeiro a ser pego no antidoping. Aí o Dudu caiu e foi demitido, foi nesse jogo. No fim do campeonato, o Marília caiu e o Paulista ficou”, contou. 

O atual apresentador de esportes da Rádio Difusora e do programa Papo Reto da TV Japi ainda se lembra até hoje de uma conversa que teve com Dudu sobre o goleiro Leão.

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“Dudu era um cara extremamente correto, primeira coisa. E eu fui goleiro, no infantil e juvenil B da Ponte Preta e eu era fã do Leão, goleiro do Palmeiras da 2ª Academia, que tinha o Dudu, junto com Ademir da Guia, Levinha, César e Ney. Aí naquelas resenhas antes de começar os treinos, a gente ficava ali na entrada do túnel vestiário, eu, ele, Milton Leite, o Sidney Mazzoni e o Cassiano da Silva de vez em quando aparecia lá também. E aí eu falando ao Dudu que era goleiro e fã do Leão e que achava ele o maior goleiro da história do futebol brasileiro. Aí Dudu falou assim, olha, tudo bem, ele foi um grande goleiro, eu joguei com Leão, mas tinha uma coisa. Ele ficava sempre gritando, quando ele estava no gol: ‘Dudu não deixa o cara chutar Dudu não deixa o cara chutar!’. O Dudu era um volante pegador, aquele cão de guarda. Aí vai uma frase dele: ‘Quando a bola chegava no o Leão, chegava já mastigada, chegava uma bola morta já, porque eu dava sempre aquele combate mais forte, ali na entrada da área!’. Era um grande cara, super correto. Dudu era um grande cara!”, lembrou.

Jamilson Tonoli, jornalista, que na época trabalhava na área esportiva, lembrar de ver um dos seus ídolos quase que diariamente. “Eu fazia esporte naquela época. E entrevistei muito o Dudu. Para mim foi meio surreal estar junto com um dos meus ídolos do futebol”, declarou.

Dudu também é tio de Dorival Júnior. O atual treinador da seleção brasileira repetiu o feito do tio e trabalhou no Galo – não como treinador, mas sim como auxiliar-técnico entre agosto de 2000 e março de 2001, na comissão liderada por Luiz Carlos Ferreira (já falecido).

 

Campeonato de 1985 - O Galo terminou o Estadual na 13ª colocação com 34 pontos, apenas dois pontos acima da zona de rebaixamento – Noroeste (32) e Marília (31) caíram. A vitória na época valia 2 pontos. O Tricolor ganhou 9 jogos, perdeu 13, mas chama atenção a quantidade de empates - 16.

O Tricolor somente não empatou mais que o XV de Piracicaba – 22 empates em 38 rodadas (venceram seis jogos e perderam dez). 

Como curiosidade, se a vitória valesse 3 pontos como hoje, o Paulista também não teria sido rebaixado: somaria 43 pontos e ficaria a três da zona de rebaixamento. Os rebaixados seriam XV de Piracicaba (40) e Marília (39). Noroeste escaparia (42).

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