Quarta-feira deveria ser um dia nobre no estado de São
Paulo. Sou do tempo, que a gente na semana parava para acompanhar tudo que
ocorria na semana do grande jogo. No dia da partida, a nossa programação se tornava
em torno de jogo: onde assistir, como acompanhar, limpar a tv (de tubo) para
ter a melhor imagem possível do duelo, que gosto de sinceramente de chamar de
Clássico das Paixões. Nesta quarta-feira simplesmente temos Corinthians e
Palmeiras, um dos maiores jogos de futebol no nosso país.
Eu cresci sob a influência desta grande rivalidade, pois
simplesmente a minha família ou torcem para o Corinthians ou para o Palmeiras.
Já ocorreu do grande clássico ser simplesmente ser disputado no dia do meu aniversário
(19 de dezembro – para aqueles curiosos saibam nasci em 1.986) e toda família
reunida em casa não apenas para cantar Parabéns a mim (e também para o meu
irmão, que nasceu em 1.988), mas ter a oportunidade de assistir o grande
confronto juntos, e tirar sarro. E toda a decoração da festa era relativa ao
grande jogo que horas depois iria animar a todos, e que deixaria alguns
frustrados ao apito final e outros bastante alegres.
E nos anos 90 sempre Corinthians e Palmeiras fizeram jogos
decisivos: Brasileirão 1994; Paulistão de 1993, 1995 e 1999 e jogos épicos nas
Taças Libertadores de 1999 (quartas de final) e 2000 (semifinal). Foi o período
que a rivalidade ficou alta demais. E sempre foram grandes jogos. Quem tem 30
ou mais anos certamente se lembra de partidas memoráveis dos dois times:
Palmeiras 3 x 0 Corinthians – 1 a 0 na prorrogação para o alviverde na decisão
de 1993, Corinthians 2 x 1 Palmeiras em Ribeirão Preto – gol de Elivélton no
tempo extra em 1995, Corinthians 5 x 2 Palmeiras em 1997, Palmeiras 4 x 1
Corinthians em 1999, Corinthians 4 x 3 Palmeiras e Palmeiras 3 x 2 Corinthians
pelas semis da Liberta de 2000.
E foi um tempo que as provocações foram bastante altas.
Muitas sadias, outras infelizmente terminaram da pior forma possível. Quem não
se lembra das embaixadinhas de Edílson, na decisão do Paulistão de 1999? Ou da
Feiticeira de Paulo Nunes no mesmo ano? Ou em 1993, Viola imitando o porco no
1º jogo da final do Estadual, o que fez o elenco do Palmeiras ficar enfurecido?
Mas era o grande comentário nas segundas-feiras na escola, no bar...
No século 21, a rivalidade pode ter caído um pouco no nível
técnico em algumas ocasiões, mas ainda assim com alguns duelos muito
aguardados. Grandes confrontos e até decisivos ocorreram, como o tenso 0 a 0 da
última rodada do Brasileirão de 2011 que consagrou o Corinthians como campeão
brasileiro, ou os 3 a 0 do Palmeiras no Brasileirão, com Obina se destacado.
Últimos dois grandes confrontos entre Corinthians e
Palmeiras ocorreu em 2015. O primeiro, no mês de abril, pelas semifinais do
Estadual, na Arena Corinthians, onde o alviverde foi buscar o empate por 2 a 2,
e conquistar a vitória na disputa de pênaltis por 6 a 5 e avançar a decisão da
competição. Depois em setembro do mesmo ano, no Allianz Parque, ambos os times
fizeram para mim o melhor jogo do Brasileirão daquele ano, com o Verdão ficando
três vezes na frente do placar, mas o alvinegro buscando sempre o empate, com
um dos gols sendo marcado por Vagner Love, revelado na base do Palmeiras, mas
que naquele ano vestiu a camisa do Corinthians e virou “odiado” pelos
alviverdes.
Se no último grande jogo o Artilheiro do Amor se destacou,
que o confronto desta quarta-feira pela 5ª rodada do Paulistão, seja um jogo
apaixonante e que possa brilhar os nossos olhos. Pois Corinthians e Palmeiras
foi uma das partidas que fez gostar de futebol e a cada dia admirar o esporte.
Um clássico que faz parte do meu dia-a-dia, com alegria, diversão, sarros,
risadas e tudo de mais bom, que me fez decidir a ser jornalista para escrever
boas histórias sobre o nosso esporte bretão!
Por Thiago Batista
Jornalista e
responsável pelo Site Esporte Jundiaí