O título da Copa Libertadores da América está realmente no melhor time
da temporada 2020. Na final, o Palmeiras não mudou uma vírgula do seu estilo.
Jogo de forte marcação, saídas rápidas e eficiência. E procurou jogar futebol,
apesar da qualidade da partida ter sido ruim.
O Palmeiras dos 105 minutos da partida, foi dominante em 70 minutos. Os
outros 15 minutos foram de domínio santista, e 25 minutos foram dominados pelo
não futebol – atendimentos médicos – que foram demais na partida.
O jogo faltou chute ao gol, finalização ao gol. Realmente faltou e bastante.
Acredito que muita em função de um primeiro tempo disputado sob um forte calor
das 17h no Rio de Janeiro, que em janeiro cospe literalmente “fogo”. Conmebol
errou nessa questão. Pelo espetáculo jogo no mínimo tinha que ocorrer depois
das 20h – na minha visão 21h30 ou até mesmo 22h seria o melhor horário. Mas já vi finais piores de futebol – San
Lorenzo e Nacional do Paraguai foi muito ruim os dois jogos da decisão. O 2º
jogo entre Palmeiras e Boca Juniors em 2000 foi também pior que o confronto da
final de 2020 que ocorreu no Maracanã. Isso sem colocar finais de Copa do
Brasil e Estadual, que podem encher a lista – tecnicamente Paulista e
Fluminense em São Januário, em 2005, foi ruim tecnicamente.
Alguns sei que irão defender o Santos, só que para mim o Peixe jogou
diferente do que fez das suas melhores exibições nas quartas de final e
semifinal, quando jogou futebol e venceu Grêmio e Boca Juniors com autoridade.
O Santos fugiu das suas características.
A escalação de Sandry e não de
Lucas Braga escancarou a preocupação santista com a marcação, fugindo até das características
históricas do Peixe. No fim quis ainda fazer cera. Foi punido no fim. Como diz,
Muricy Ramalho, a bola pune.
O Palmeiras no primeiro tempo foi o dono do jogo. Pecou muito no último
passe, se não teria criado duas excelentes chances. A bola mais passou perto da
área do gol defendido por John do que de Weverton, apesar da alta posse de bola
do Santos – posse que foi inútil, pois não criava sequer oportunidades.
O segundo tempo, o Palmeiras começou melhor, só que o Santos teve 15
minutos de domínio no único momento de lucidez de Cuca. A entrada de Lucas
Braga no meio-campo como armador, fez o Peixe dominar a partida. Só que esse
domínio não continuou quando erradamente o treinador do Santos tirou Kaio Jorge
para colocar mais um marcador no time, um segundo lateral na direita – Madson.
E no fim não funcionou nem no setor de marcação.
Palmeiras retomou domínio do jogo com os erros de alteração de Cuca na
sua segunda janela de substituições e com a entrada de Breno Lopes na vaga de Gabriel
Menino. Breno deu novo gás para o setor direito ofensivo e criou duas boas
jogadas no setor.
Só que no fim, Cuca fechou com chave de ouro sua atuação ruim como
treinador naquela tarde, quando nos acréscimos do segundo tempo, quando sem
necessidade quis segurar a bola, para fazer cera, e impedir o Palmeiras de
cobrar um simples lateral.
Corretamente foi expulso, desestabilizou o Santos emocionalmente naquele
instante, o Peixe perdeu a concentração e foi punido com gol sofrido.
A falta de concentração fez Pará ficar sozinho com Breno Lopes na
marcação. Madson poderia estar ali para fazer a cobertura. Até por ser mais
alto e ser muito bom no jogo aéreo defensivo e ofensivo deveria estar posicionado
na primeira linha de defesa. John também errou ao sair e não sair. Erro de falta
de pressão no homem cruzador. Perfeição de Rony e mais ainda de Breno Lopes que
entra para história do Palmeiras.
Depois não teve mais jogo, pois com 1 a 0 aos 10 minutos dos acréscimos,
Abel Ferreira seguir corretamente um bom manual de treinador: colocar o máximo
possível de jogadores para trancar o meio-campo (não a defesa) e o alviverde
sequer passou perigo para no apito final de forma merecida levantar o troféu de
campeão da América do Sul pela segunda vez na sua história.