Reinaldo Carneiro Bastos, 65 anos, foi eleito presidente da
Federação Paulista de Futebol em Assembleia Geral Ordinária realizada nesta
quinta-feira, na sede da entidade, em São Paulo. Eleito por aclamação pelos
clubes e ligas do futebol paulista que estiveram presentes (Palmeiras não enviou representantes), Reinaldo Carneiro Bastos exercerá entre
2019 e 2022 seu primeiro mandato integral à frente da entidade -ele preside a
FPF desde abril de 2015, após saída de Marco Polo Del Nero, que assumiu na época
a CBF.
Quem da
região pode votar
Duas entidades de Jundiaí e região poderiam votar, segundo a
lista divulgada pela FPF de associações aptas a votar - http://2016.fpf.org.br/arquivos/201807/1676395127.pdf.
E justamente os dois clubes profissionais da região poderiam votar – Paulista de
Jundiaí e o Red Bull Brasil – que treina em Jarinu. Não foram divulgados se
pelo menos um representante destas entidades esteve na votação - e de nenhuma associação.
As duas ligas amadoras da região registradas na FPF: a Liga
Jundiaiense de Futebol e a Liga Itatibense, que estão registradas na FPF, não
tinham direito a voto -
Reinaldo liderou a chapa “União Pelo Futebol”, que inclui os
vices Fernando Solleiro e Mauro Silva, que compõem a diretoria atual da FPF. Foram
eleitos para o Conselho Fiscal os membros efetivos Maria Paula Silva, a Magic
Paula, ex-jogadora de basquete e presidente da Atletas pelo Brasil, José Carlos
Cosenzo, promotor de Justiça e coordenador de Assuntos Estratégicos do MP, e
Vanderlei Aparecido Pereira, ex-presidente da Ponte Preta; os membros suplentes
são Rodrigo Benedito Tarossi e Carlos Alberto Amado Costa.
Os pontos positivos
Em pouco mais de três anos à frente da FPF, Reinaldo Carneiro
Bastos multiplicou a subvenção aos clubes de R$ 7,8 milhões para R$ 17,9
milhões (aumento de 129,3%), e aumentou de R$ 103 milhões para R$ 145 milhões
as cotas e patrocínios para os clubes. Na atual gestão, também foi reformado o
Estatuto da FPF, criou o Programa de Excelência, que premia clubes por suas
gestões, renovou o quadro de funcionários da entidade.
“Em mais de três décadas atuando no esporte, a maior lição
que tirei foi que o futebol só evolui com os clubes e federação unidos”, disse
Reinaldo. “Começamos há pouco mais de três anos uma nova era na FPF, buscando a
transparência, competência e excelência. Precisamos de todos juntos, com
humildade e coragem para reconhecer e corrigir erros, buscar sempre o melhor”,
contou.
Pontos
negativos
O que a chapa dele chama de inovação ao alterar o Paulistão,
de 20 para 16 clubes nas três primeiras divisões (Séries A-1, A-2 e A-3) é
visto por muitos torcedores e jogadores do futebol paulista como ponto
negativo, já que foram diminuídos postos de trabalho – especialmente na A-2 e
A-3, que não conta com times com calendário cheio (com jogos do Brasileirão de
fevereiro até dezembro).
A 4ª divisão (que teimosamente a Federação chama de Segunda
Divisão) aumentou de clubes – 30 para 40, mas com o processo de diminuir o
número de equipes nas três primeiras séries, fez receber clubes tradicionais do
interior de São Paulo, com forte história na 1ª divisão (que participaram de
Série B do Brasileirão) no período: São José, Paulista, Comercial de Ribeirão
em 2018; e ano que vem terá as presenças de Marília, União Barbarense e Rio
Branco de Americana. E tornou a 4ª divisão exclusivamente sub-23, tirando a
chance de pelo menos 3 atletas acima de 23 anos de atuar a competição (fato que
é discutido na justiça pelo sindicato dos atletas desde 2017).
Outra piora foi o inchaço na Copa São Paulo – de 104 times
para 128, e aumentando em mais um jogo a quantidade para um clube ser campeão –
de oito para nove – que devem ser jogados em 23 dias, o que deixa os atletas em
alguns momentos sem chance de se recuperar do desgaste de uma partida para
outra.
A piora também ocorreu para o futebol amador: na administração
Reinaldo Carneiro Bastos foi extinta o Campeonato Paulista de seleções de ligas
– que era um sucesso, já que para muitos atletas era uma verdadeira Copa do
Mundo. O futebol feminino também não evoluiu na sua administração: em 2015 eram
14 equipes participantes no Paulistão das mulheres, a quantidade caiu para 13
em 2018.