Sete jogadores denunciaram nesta semana o Avaí no Superior Tribunal de
Justiça Desportiva por conta de salários atrasados e o clube pode perder o
acesso a Série A do Brasileirão em 2022. Pior, pode ser até rebaixado a Série C
do próximo ano, e acabar salvando o Clube do Remo da queda. O CSA seria o maior
beneficiado se isso ocorrer subindo a Série A do Brasileirão. Informações de
bastidores dão conta que o clube catarinense está com três meses de atraso de
salários.
Diego Renan, Edílson, Iury, João Lucas, Jonathan, Rafael Pereira e
Ronaldo, que não tiveram os contratos renovados para 2022, procuraram o
Sindicato dos Atletas Profissionais de Futebol do Estado de Santa Catarina
(SAPFESC) para efetuar a denúncia, que na última segunda-feira foi encaminhada
ao STJD após notificação ao Avaí.
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O presidente eleito do Avaí, Julio Heerdt, que assume no sábado, chegou
a ter uma reunião na segunda-feira com o presidente do Sindicato, Marcelo
Alexandre. Ele disse que os atletas não aceitaram esperar para que a nova
direção do Avaí tome posse e mantiveram a postura de realizar a denuncia no Superior
Tribunal.
O clube foi denunciado com base em dois argivos do regulamento da Série
B do Brasileirão de 2021. Segundo o regulamento da competição, o Clube que, por
período igual ou superior a 30 (trinta) dias, estiver em atraso com o pagamento
de remuneração, devida única e exclusivamente durante o campeonato, ficará sujeito
à perda de três pontos por partida a ser disputada, depois de reconhecida a
mora e o inadimplemento por decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva
(STJD).
A procuradoria do STJD pede que o Avaí se manifeste sobre a denúncia –
mas somente a partir do dia 21 de janeiro, que é quando termina o recesso do
STJD. Depois disso a notícia de infração é encaminhada a um procurador e, se
for comprovada dívida com os jogadores, o Tribunal dará o prazo mínimo de 15
dias para que o Leão da Ilha pague os atletas. Se ainda assim o Avaí não
efetuar os pagamentos é que correria algum risco de perder o acesso e até mesmo
de ser rebaixado.
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O time catarinense corre o risco de perder três pontos na classificação
final da Série B de 2021, o que bastaria para tirá-lo do G-4: o CSA ficaria com
a quarta vaga. Só que se o STJD entender que a punição deve ser aplicada pelo
número de jogos no período que o Avaí ficou sem pagar os jogadores, o clube
pode até correr risco de ser rebaixado a Série C.
Precedente em SP
Em 2013, o Paulista de Jundiaí passou por situação parecida a que o Avaí
irá passar agora. O clube jundiaiense se salvou do rebaixamento no Paulistão na
última rodada, ao ganhar do São Caetano fora de casa. Uma semana depois,
nove
jogadores do Paulista denunciaram o clube por atraso de salários junto ao
Sindicato dos Atletas de São Paulo (Sapesp).
Os jogadores que assinaram o documento são: Marcelo Macedo e Chiquinho,
os mais experientes, além de Felipe Gomes, Joaelton, Diego Marangon, Lázaro,
Hudson, João Henrique e Lima. Na ocasião, o Paulista terminou o estadual na 13ª
posição, com 20 pontos, e caso fosse punido cairia para 17 e seria ultrapassado
pelo Mirassol, que terminou em 17º, com 18 pontos (os quatro piores eram
rebaixados na época).
O clube devia R$ 580 mil para quitar todos os compromissos que teve
durante o Paulistão 2013. E garantiu que tudo será pago. O clube precisou
antecipar parte da receita da televisão prevista para 2014 e fez os pagamentos após
15 dias da denúncia.
Só que a antecipação das receitas de tv de 2014 foi fatal ao Galo no Paulistão
de 2014, quando fez a pior campanha geral entre todos os participantes, sendo
rebaixado sem vencer um jogo dos 15 que disputou (somou apenas 4 pontos).