A polêmica
envolvendo o público no estádio do Vasco terá novos capítulos. O Tribunal de
Justiça do Rio de Janeiro manteve de forma absurda e preconceituosa a
interdição de São Januário por dois votos a um. Jogos poderão ser realizados no
estádio, mas sem a presença de torcedores. O julgamento foi realizado na tarde
desta quarta.
PUBLICIDADE
____________________________________________
A sessão começou com uma alta dose de preconceito na fala do desembargador Fernando Foch que chamou moradores de rua de Rio e São Paulo de “escória humana que não nos emociona, mas o futebol sim, causa esse sentimento”. Além disso, ameaçou prender quem se comportasse “como numa arena” no TJ-RJ.
O caso foi
julgado pela Segunda Câmara de Direito Privado em sessão presencial na sede do
TJ-RJ, no Palácio da Justiça. A relatora desembargadora Renata Cotta e
desembargador Carlos Santos de Oliveira votaram contra a liberação antes
realização da perícia. Fato esse que já deveria ter ocorrido.
A perita
pediu 90 dias para realizar o procedimento, embora a justiça houvesse
determinado que ela fosse feita em 30 dias. Já se passaram 69 dias.
PUBLICIDADE
____________________________________________
A
desembargadora Andréa Pacha, voto dissonante no julgamento, defendeu que o
estádio fosse liberado para receber público. Alegou que o clube não tem poder
de polícia e tomou todas as medidas possíveis. Citou apedrejamento de ônibus do
Botafogo na véspera para tratar do estado de violência em dentro e fora dos
jogos de futebol.
O clube cruzmaltino
irá recorrer da decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. E
segundo Rodrigo Siqueira, o advogado do clube, é isso que será feito.
“Tivemos um
voto favorável, mas infelizmente não foi o suficiente. O Vasco agora vai levar
o caso a Brasília para que seja analisado pelos ministros do STJ”, declarou.
A última vez
que São Januário recebeu uma partida com público foi em 22 de junho, na derrota
para o Goiás por 1 a 0, pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Desde então,
o local foi interditado através do Juizado Especial do Torcedor e Grandes
Eventos. As palavras do juiz de plantão, Marcelo Rubioli, viralizaram.
PUBLICIDADE
____________________________________________
“Para
contextualizar a total falta de condições de operação do local, partindo da
área externa à interna, vê-se que todo o complexo é cercado pela comunidade da
Barreira do Vasco, de onde houve comumente estampidos de disparos de armas de
fogo oriundos do tráfico de drogas lá instalado o que gera clima de insegurança
para chegar e sair do estádio. São ruas estreitas, sem área de escape, que
sempre ficam lotadas de torcedores se embriagando antes de entrar no estádio”,
escreveu o juiz.
No Superior
Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o Vasco foi punido com quatro jogos de
portões fechados pela confusão e estes já foram todos cumpridas.
Foto: Divulgação
PUBLICIDADE
____________________________________________