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Do Rio de Janeiro
Aos poucos, o Vasco supera os inúmeros problemas ocorridos
com as categorias de base no ano passado e tenta colocar o futebol amador em
situação confortável. Após o desafio de adequar alojamentos, transporte e
alimentação, a meta da vez é lutar contra os empresários descontentes com
Sorato, ex-jogador do Paulista (Série C de 2001), técnico dos juniores. Os
dirigentes dizem acreditar em uma campanha interna pela demissão do treinador,
que possui respaldo do diretor executivo de futebol René Simões e do
coordenador das categorias de base Mauro Galvão.
Segundo apurou a reportagem do UOL Esporte, representantes e
pais de atletas não aproveitados nos juniores são contrários aos métodos de
trabalho do técnico Sorato. O fato de o time não ter alcançado às semifinais da
Taça Guanabara na categoria foi um combustível para os comentários nos
bastidores. A situação é reprovada pela diretoria em um momento no qual o
Cruzmaltino traça uma evolução com dificuldade no departamento amador.
“Isso tudo é muito estranho. Essas coisas acontecem mais no
profissional. O trabalho na base tem um prazo maior para os resultados. Tem
muita gente ajudando e atrapalhando ao mesmo tempo. Será que não estão achando
bom? Nem quero cogitar isso. O clube melhorou bastante a estrutura. Temos
alimentação, transporte e não podemos parar por aqui. Nunca teremos a
tranquilidade absoluta em um projeto para resgatar a credibilidade. Vamos
seguir independente de quem não esteja gostando. As pessoas fazem campanha e
não nos atingem”, afirmou Mauro Galvão.
O técnico Sorato, ex-jogador do clube, se mostrou chateado e
fez questão de deixar claro o objetivo da base contra a justificativa dos
descontentes em torno dos recentes resultados adversos.
“Não recebi qualquer comunicado sobre possibilidade de
demissão. Isso não existe e tenho o respaldo da diretoria. Sabemos das
cobranças. Considero o trabalho no caminho certo e entramos com a proposta de
qualificar o grupo. Sabemos que isso não é do dia para noite. A estrutura
deixou de ser problema e o resultado vai chegar. Mas não adianta ganhar título
e não revelar jogador”, explicou.
Em São Januário, a safra dos juniores é considerada aquém de
acordo com as tradições do clube. Por isso, houve a necessidade de subir
recentemente três atletas do juvenil. A iniciativa foi apoiada, mas criticada
pelos responsáveis dos que seguem sem oportunidades na categoria superior. Com
a chegada do técnico Paulo Autuori entre os profissionais e a distribuição de
olheiros pelo país, o Vasco vive a expectativa de solucionar os problemas em um
prazo máximo de dois anos.
“Temos três jogadores do juvenil e chegamos a contar com
quatro deles nos juniores. São atletas que possuem condições. Os meias Matheus
Índio e Danilo são exemplos. O lateral Richard já tem idade da categoria.
Percebemos condições para as coisas darem certo, mas é preciso tempo. Não quero
falar sobre campanha contra, nada disso, acho que o importante é seguir
trabalhando para o bem do Vasco. Sei que essas coisas acontecem no futebol”,
encerrou Sorato.