Por Fábio Lima
O volante brasileiro Cristian, ex-Paulista, passou por
fortes emoções na vitória por 1 a 0 sobre o Benfica, nesta quinta-feira, no
jogo de ida das semifinais da Liga Europa. No fim do primeiro tempo, bateu um
pênalti na trave e começou a chorar, desolado. Consolado pelos companheiros na
saída para o intervalo, acabou participando do gol de Korkmaz, aos 27 minutos,
cobrando o escanteio que deu origem ao lance decisivo. De novo, derramou
lágrimas, mas de alegria.
“No pênalti, tive um sentimento de perda, de que aconteceu tudo
errado, pensei as piores coisas que um jogador pode pensar. Depois do gol, foi
um choro de alívio, porque é uma semifinal de Uefa, e o clube nunca chegou numa
situação dessas. Então, todo mundo está focado para chegar à final. A torcida
do Fenerbahçe é fantástica, lotou o estádio, fez festa. Eu só pensava neles. Há
pessoas que dormem na fila para comprar ingresso. Só pensava nisso”, disse em
entrevista por telefone.
O brasileiro credita a reação ao apoio do time e dos
torcedores, que gritaram seu nome após a perda da penalidade. “As pessoas me
deram esse conforto, e o mínimo que eu poderia fazer era isso, voltar para o
segundo tempo bem, com vontade. As pessoas precisavam de mim, e eu não poderia
me abater, não poderia abaixar a cabeça. Jogo 0 a 0, o tempo passava, e o gol
não saía, bola na trave... Com muita insistência, muito trabalho, conseguimos.
Tirei um peso das costas muito grande. Fiquei mais leve”, disse Cristian.
Para o jogo de volta, na próxima quinta-feira em Lisboa, o
brasuca garante estar pronto se precisar realizar outra cobrança. “Se tiver
pênalti, eu bato de novo. Não é por causa de um pênalti perdido que eu vou
desistir das coisas. Tem que ter persistência, a gente não pode desistir, isso
acontece”, afirmou.
Na próxima quinta-feira, o Fenerbahçe joga pelo empate ou
derrota por diferença mínima, desde que faça gol. Vitória do Benfica por 1 a 0
leva a partida para a prorrogação. Se o placar não se alterar no tempo extra, a
vaga será decidida na disputa de pênaltis. “Se tiver meu nome na lista, com
certeza vou bater sem problema. Não fui o primeiro, nem vou ser o último a
perder um pênalti. O mundo não acabou. Fica a lição. No fim, as coisas deram
certo”, destacou.