32 anos depois de disputar os Jogos de Los Angeles-1988, o
polo aquático brasileiro voltou a ter uma aparição olímpica na Rio-2016. Mas o que parecia ser um novo patamar do polo
aquático brasileiro não se concretizou. No ciclo olímpico que se sucedeu, a
modalidade teve muitas dificuldades para se encaixar junto às equipes de nível.
Em live feita no Instagram, um dos principais jogadores da equipe, o
jundiaiense Rudá Franco relatou alguns dos problemas vividos ao longo do
período, além de comentar suas experiências durante a quarentena.
Dono de duas medalhas pan-americanas, o atleta do Sesi-SP
destacou a demorada renovação como um dos principais pontos de desvantagem do
Brasil em relação a outros países de nível. "É tardio, nós demoramos pra
começar o ciclo. Várias seleções começam o ciclo já renovando e fechando com
técnico e vai ser esse cara até esses últimos quatro anos, pelo menos. No
Brasil, você não consegue fazer um trabalho a longo prazo. Você consegue de
curto a médio prazo. E nós sofremos com isso".
O experiente atleta, de 33 anos, comentou que, além dele,
apenas três jogadores permaneceram na seleção após a Rio-2016.. A seleção
brasileira teve três técnicos num período de três anos e meio, o que também
dificultou o ciclo de Tóquio-2020.
Sem a CBDA, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) foi o
responsável por apoiar as modalidades aquáticas, bancando viagens e
treinamentos no exterior. "A parte financeira da CBDA não está como
gostaríamos. Mas o COB tem ajudado bastante. Precisamos ver as coisas pelo lado
positivo. Quando a CBDA não pôde ajudar, o COB tava lá e ajudou", disse
Rudá.
Obrigado a ficar em casa neste período de pandemia, o atleta
conta que realiza treinos diários de uma hora a uma hora e meia, que lhe ajudam
a não ficar parado. "É complicado porque nosso meio é o aquático. Então, a
gente ficar fora da piscina complica bastante essa fase de treinamento. Faço
porque gosto de exercício e pra não perder tanto. Faz bem pra cabeça. É mais
pra cabeça do que pro físico", afirmou ele.
Ainda sem novas datas definidas, Rudá avaliou o caminho
brasileiro no Pré-Olímpico e as chances por uma das três vagas aos Jogos de
Tóquio. O Brasil está no grupo A, ao lado de Canadá, Geórgia, Grécia,
Montenegro e Turquia. Segundo o jogador, as maiores chances seriam vencer
Canadá, Geórgia e Turquia e fugir da Croácia num duelo de quartas de final. A
partir daí, fazer "o jogo da vida" e tentar carimbar o passaporte
para o Japão, focando jogo a jogo
Por Thiago Batista, com informações do Surto Olímpico /// Foto:
Divulgação