Foto: Site da Prefeitura de Jundiaí |
A
inauguração do Centro de Artes e Esportes Unificados CEU das Artes, neste
sábado (28), no bairro Vista Alegre, guarda uma história muito positiva de
participação comunitária que, inclusive, corrigiu falhas de projeto padronizado
nacionalmente na construção da pista de skate.
Gilberto
Tessari Júnior, o Xuxo, skatista, designer e ativista que, quando comerciante,
também foi marcante ao organizar um disco de bandas independentes da cidade
chamada Ramdia Quellen (nome científico do peixe jundiá) com renda beneficente
para o movimento S.O.S. Animais Abandonados, explica. "A coisa foi assim.
Tem um cara lá envolvido no projeto representando a associação de moradores,
ele se chama Valdir Lira. Ao ver as dimensões da pequena pista de skate, pensou
que poderia virar um elefante branco e pensou em procurar alguém da área para
conversar”, explica.
Nessa busca,
em contato com servidores da Prefeitura de Jundiaí, conseguiu o contato de
Gilberto “Xuxo” Tessari Júnior nas plantas da primeira pista do Sororoca (nome
popular do Centro Esportivo José Brenna, na região central), que ele havia
ajudado a projetar. Feito o contato, convidou-o para uma visita às obras.
“Aí eu fui,
vi que o projeto não tinha nada de mais e o espaço era realmente pequeno. Ele
resolveu levar a coisa adiante porque eu comentei que algumas medidas estavam
meio estranhas, mas nada que fosse tão grave. Aí ele resolveu me arrumar uma
cópia do projeto original e foi onde constatei que haviam dois erros graves, um
de concordância de raio e outro do “couping”, que é aquele cano que fica no
final da transição. Então ele me perguntou se eu podia refazer o projeto ou dar
uma melhorada para que a coisa ficasse um pouco melhor, e eu fiz na verdade
dois projetinhos novos”, acrescenta.
Apresentado
à Prefeitura, o projeto de correção enfrentou inicialmente algumas dúvidas
sobre atraso de obra ou mesmo questões de ética sobre apontar erros de outros
profissionais, inclusive de outras instâncias. Mas o representante dos
moradores "bateu o pé” sobre a especialização do colaborador técnico e o
risco do equipamento não ser usado, como ocorreu em um caso semelhante em
cidade vizinha. "São erros pequenos, mas que fazem com que “a galera não
consiga usar direito”.
A Prefeitura
de Jundiaí acabou adotando as soluções propostas para que o projeto não fosse
refeito do zero, mas pelo menos 50% do traçado original, mirando também no
objeto de não criar atrasos maiores.
Com esse
caso, a participação e a cooperação social mostram novamente que podem melhorar
aspectos da gestão de projetos públicos.
Site da Prefeitura de Jundiaí