Quem poderia
imaginar, há um ano, que Rogério Dutra Silva, que em 2009 defendeu as cores de
Jundiaí em algumas competições estaduais, seria um dos nomes do Brasil nas
Olimpíadas, no Rio de Janeiro? Agora, passa a ser possível. Em junho de 2015, ele
sofria com seguidas lesões, amargava uma má fase e se colocava na ingrata 541ª
posição no ranking da ATP. Aos poucos, Rogerinho foi recuperando sua melhor
forma, conquistou três títulos de challenger e ganhava posições. Hoje, após a
incrível recuperação, é o 85º do mundo e passou a ter chance de figurar entre
os 56 classificados aos Jogos.
“Estou
vivendo um momento muito importante, especial. Pensar que um ano atrás eu era o
500 do mundo, agora estou perto do meu melhor ranking (o 84º, em 2013), fico
muito feliz. Consegui fazer uma boa participação aqui (em Roland Garros), vindo
de um titulo de challenger. Vinha trabalhando há muito tempo para conseguir
esse nível e espero poder me manter no top 100 até o fim do ano”, disse
Rogerinho, ao site GloboEsporte.com.
A lista de
classificação para o Rio 2016 será baseada no ranking do dia 6 de junho, após a
disputa de Roland Garros. Eliminado na primeira fase do torneio, após uma
grande partida contra Gilles Simon (19º do mundo), ele ainda disputa o
challenger em Prostejov, na República Tcheca, e pode somar mais alguns pontos,
que o colocariam numa posição ainda melhor para tentar a vaga olímpica. Somando
desistências já anunciadas - casos de John Isner, Feliciano López e Dominic
Thiem - e tenistas que estão fora por critérios de limite de participantes por
país ou falta participações na Copa Davis, Rogerinho possivelmente conseguirá
entrar entre os classificados. Caso confirme, seria a primeira vez que ele se
participaria de uma Olimpíada.
“Seria o
máximo (disputar as Olimpíadas), o ponto mais alto que eu conseguiria chegar na
minha carreira, ainda mais sendo no Brasil. É meio difícil de explicar. É um
objetivo, com certeza, passou a ser depois dos últimos resultados. Está muito
vivo comigo. Agora é trabalhar, estamos focados pra que isso possa acontecer”, vibrou.
Um fato
ainda mais inusitado poderia acontecer se Rogerinho vencer o challenger em
Prostejov. O somatório de pontos seria suficiente para passar Thomaz Bellucci,
hoje o 57º, no ranking, e ser o melhor brasileiro classificado, o que lhe
garantiria a vaga direto a que o país tem direito. Isso, no entanto, não
tiraria Bellucci dos Jogos, que pelo número de desistências já anunciadas, tem
vaga garantida por sua posição no ranking da ATP. De qualquer forma, uma boa campanha
na República Tcheca, dá uma possibilidade de vaga maior para Rogerinho.
O único
problema para que Rogerinho possa garantir sua vaga nas Olimpíadas é a regra
que diz respeito à Copa Davis. Além de ter três participações na equipe de seu
país durante o ciclo olímpico (ele tem quatro), o tenista precisa ter sido
convocado ao menos uma vez em 2015 ou em 2016. Como não fez parte da equipe de
João Zwetsch desde o ano passado, Rogerinho precisaria ser chamado para
enfrentar o Equador, em julho, pelo Zonal Americano. Segundo ele, houve
conversas com o capitão, mas nada está definido. Porém, ele segue confiante
para ser chamado e poder carimbar seu passaporte aos Jogos do Rio. “A gente
conversou sim a respeito disso, mas ainda não tem nada decidido. Vamos ver o
que vai acontecer com o ranking. Mas acho que seria um consenso legal, né?
(risos)”, brincou.
Globoesporte.com